O Governo aprovou esta quinta-feira, 07 de maio, em Conselho de Ministros a suspensão dos festivais de música até 30 de setembro. Segundo o comunicado do Conselho de Ministros, “impõe-se a proibição de realização de festivais de música, até 30 de setembro de 2020, e a adoção de um regime de caráter excecional dirigido aos festivais de música que não se possam realizar no lugar, dia ou hora agendados, em virtude da pandemia.”
Nesse sentido, os espetáculos com datas previstas entre 28 de fevereiro e 30 de setembro deste ano, “e que não sejam realizados por facto imputável ao surto da pandemia da doença Covid-19, prevê-se a emissão de um vale de igual valor ao preço do bilhete de ingresso pago, garantindo-se os direitos dos consumidores.”
A proposta de lei, a submeter à apreciação da Assembleia da República, estabelece “medidas excecionais e temporárias de resposta à pandemia da doença Covid-19 no âmbito cultural e artístico, em especial quanto aos festivais de música”, conforme se lê no comunicado.
Na semana passada, o primeiro-ministro, António Costa, já tinha ouvido os promotores dos festivais de música nacionais numa reunião em que estiveram também presentes os ministros da Economia, da Saúde e da Cultura. Na reunião decidiu-se que o futuro dos festivais de verão deste ano seria discutido em Conselho de Ministros, esta quinta-feira.
No Porto, o North Music Festival já tinha adiado a edição deste ano – que iria decorrer nos dias 22 e 23 de maio – para 2021. O Nos Primavera Sound, que costuma acontecer no início de junho, tinha reagendado nova data para os dias 03 a 05 de setembro de 2020. Quanto ao Meo Marés Vivas – com datas previstas para 17 a 19 de julho – ainda não tinha sido comunicada qualquer decisão de cancelamento ou suspensão da edição deste ano.
Também outros festivais como o Rock in Rio, que decorreria em junho, ou o Boom Festival – marcado para 28 de julho a 04 de agosto – já tinham anunciado que vão regressar em 2021. Eventos como o Galp Beach Party, em junho, o Sumol Summer Fest, o EDP Cool Jazz, o Nos Alive, o Rolling Loud Festival (que iria ter a sua primeira edição no país), o RFM Somni, o Super Bock Super Rock – todos previstos para julho – , assim como o Meo Sudoeste, o Vodafone Paredes de Coura e o EDP Vilar de Mouros – que tinham data prevista para agosto -, entre outros, não se vão poder realizar nas datas previstas.
No ano passado foram realizados 287 festivais de música em Portugal, já um decréscimo em relação ao ano anterior. “Em 2020 o número será muito diferente”, admitia já a Associação Portuguesa de Festivais de Música (APORFEST) no início de abril.
Artigo editado por Filipa Silva.