A Universidade do Porto (UP) inicia esta quinta-feira, 21 de maio, o rastreio serológico à comunidade académica que estava inicialmente programado para os primeiros dias de maio. O reitor da instituição, António de Sousa Pereira, foi o primeiro testado do rastreio, no edifício da Reitoria, na manhã desta quinta-feira. Contudo, o rastreio massivo irá realizar-se só a 1 de junho e prolongar-se-á até meados do mês de julho.
O rastreio deveria ter-se iniciado nos primeiros dias de maio. Contudo, atrasos com a compra dos materiais necessários e a própria proposta de candidatura do projeto a uma bolsa da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) adiaram o início das atividades, coordenadas pelo Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP), justificou fonte da instituição.
Ao JPN, a mesma fonte da UP refere que o rastreio serológico se trata de um estudo epidemológico à comunidade UP e, a partir de junho, será realizado nos três pólos da UP (Asprela, Campo Alegre e Centro). O estudo inclui o teste – que analisa uma gota de sangue, recolhida através de uma picada no dedo e cujo resultado é conhecido passados dez minutos – e um inquérito – que tem o objetivo de perceber os contactos que o testado teve.
Os testes serológicos permitem testar a presença de anticorpos “das classes IgG e IgM para o vírus SARS-CoV-2 e, assim, avaliar se uma determinada pessoa teve contacto com a infeção COVID-19”, como se pode ler no comunicado da UP enviado à imprensa. “Um mito para o qual chamamos a atenção é que estes testes não testam a imunidade, ou seja, ainda não há factos científicos concretos suficientes para perceber que pelo facto de o utente ter anticorpos seja imune à doença”, lembra ao JPN fonte daquela instituição.
“Caso o teste indique a presença de anticorpos da classe IgM (indicando uma infeção recente), os membros da U.Porto poderão ainda realizar, no próprio local, um teste de diagnóstico à COVID-19″, lê-se ainda no comunicado referido.
O teste é gratuito, voluntário e exige inscrição prévia. “Nesta primeira fase, serão testados os colaboradores da universidade que se voluntariarem para participar no estudo, num universo total de mais de quatro mil pessoas. Numa segunda fase, o mesmo tipo de rastreio será disponibilizado aos mais de 30 mil estudantes da U.Porto”, refere ainda o comunicado daquela instituição.
Os interessados poderão inscrever-se através do email da Unidade de Saúde Ocupacional: [email protected]. Na mensagem, deverão manifestar a sua vontade em realizar o teste e indicar o seu nome, número mecanográfico, unidade orgânica e contacto telefónico.
Testes serológicos no Porto e em Matosinhos
Também o Instituto de Investigação e Inovação em Saúde da Universidade do Porto (i3S), através da sua unidade de diagnóstico, o Ipatimup Diagnósticos, iniciou no início da semana, a 18 de maio, a realização de testes serológicos para a COVID-19 utilizando kits de resposta rápida.
Segundo o portal de notícias da UP, a iniciativa surge na sequência de um pedido de colaboração das Câmaras Municipais do Porto (CMP) e de Matosinhos (CMM) e avalia a presença de anticorpos na população destes concelhos.
No âmbito da parceria com a autarquia do Porto estão a ser efetuados, desde segunda-feira, mais de 1.500 testes a trabalhadores da autarquia e empresas municipais.
O rastreio foi testado pelo presidente da CMP e pelos restantes membros do executivo camarário. O rastreio será realizado em instalações montadas para o efeito no parque de estacionamento do i3S, funcionando em sistema de “drive thru”.
Já o rastreio solicitado pela autarquia de Matosinhos, que terá início na próxima semana, dia 25, será realizado no Parque de Manhufe a cerca de 500 pessoas, nomeadamente funcionários municipais que estão na linha da frente. Entre eles incluem-se agentes da polícia municipal, bombeiros das quatro corporações de bombeiros e trabalhadores das juntas de freguesia.
Artigo editado por Filipa Silva.