Um revestimento antiviral para superfícies, um dispositivo que monitoriza a tosse, um agente terapêutico contra a sepsis na COVID-19 e anticorpos contra o SARS-CoV-2. Eis quatro soluções inovadoras que foram distinguidas, esta semana, pelo júri da terceira edição do Prémio de Inovação em Saúde do i3S, este ano dedicado ao combate à COVID-19.
A startup Smart Separations conquistou o prémio principal com a proposta de um revestimento nanotecnológico para superfícies que poderá destruir, em apenas dois segundos, os vírus da família do SARS-CoV-2, bem como outros vírus, bactérias e fungos.
Em declarações registadas pelo i3S, o CEO da empresa, Hugo Macedo, afirma que esta solução é “particularmente útil para espaços com alta circulação de pessoas, com maior risco de transmissão pelo ar e superfícies, como escolas, hospitais, lares, transportes públicos, escritórios e fábricas”.
Este projeto recebeu 20 mil euros, um prémio de valor idêntico em serviços de apoio à inovação, o Prémio Patentree e ainda, três inscrições no programa “Future Leaders”, oferta da Porto Business School.
Já o projeto C-mo foi distinguido na área da monitorização de doenças com um dispositivo médico que permite avaliar alterações da tosse dos pacientes ao longo do dia.
Sara Lobo, co-fundadora da C-mo Medical Solutions, em declarações ao i3S, aponta o dispositivo vestível como uma mais-valia para que os médicos “recolham informações valiosas” que “os ajudem a expandir os seus conhecimentos sobre o COVID-19”.
O C-mo ganhou o Porto Business School Award e duas inscrições para o programa de formação para executivos “Future Leaders”.
Alexandre Carmo, investigador do i3S, recebeu o Prémio Born from Knowledge (BfK) com o projeto “Recetor biológico Spα como agente terapêutico contra infeções e sepsis no COVID-19”.
O grupo de investigação em Ativação Celular e Expressão Gênica do i3S tem procurado desenvolver “uma terapia com uma proteína humana natural – Spα” que ajude no combate à sepsis (surge quando a resposta do corpo a uma infeção danifica os seus próprios tecidos e órgãos), uma das consequências mais preocupantes provocadas pela COVID-19. Alexandre Carmo diz ao i3S que “esta terapia não tem como objetivo atingir a causa, mas a consequência da infeção por SARS-CoV-2”.
Por último, o Prémio Esfera Cúbica foi atribuído a quatro investigadores do Center of Neuroscience and Cell Biology da Universidade de Coimbra (CNC-UC), Ricardo S. Vieira-Pires, Luís Pereira de Almeida, Rui Nobre e Tiago Ochôa-Pires após desenvolverem “anticorpos neutralizantes de IgY contra SARS-CoV-2 produzidos a partir de ovos de galinha”.
Ao i3S, Ricardo Vieira Pires explicou que esses anticorpos serão a base para “vários bio produtos para o controlo e prevenção da COVID-19” e dá como exemplo um bio spray anti-coronavírus que “pode ser usado em equipamentos de proteção individual, como máscaras e roupas médicas”.
Até esta sexta-feira (26), a Direção-Geral de Saúde já confirmou mais de 40 mil infetados pelo vírus SARS-CoV-2 em Portugal, dos quais resultaram 1555 vítimas mortais.
Artigo editado por Filipa Silva