Neste domingo, no Estádio do Dragão, FC Porto e CD Nacional mediram forças num jogo em que os dragões levaram a melhor e foram claramente superiores à equipa dos insulares. Dois golos sem resposta permitiram à equipa de Sérgio Conceição segurar o terceiro lugar do campeonato e manter a distância de quatro e dois pontos para os rivais Sporting e Benfica, respetivamente.

Na partida, a contar para a 10.ª jornada da Liga NOS, os azuis e brancos conseguiram a quinta vitória consecutiva e aumentaram para 11 a série de jogos em que se mantêm invictos. Segue-se, na quarta-feira, a final da Supertaça Cândido de Oliveira, diante do eterno rival SL Benfica.

Já o CD Nacional mantém, com a derrota, a 12.ª colocação da tabela classificativa, mas em contrapartida vê-se numa situação mais frágil, tendo agora apenas dois pontos de vantagem em relação aos lugares de despromoção, habitados pelos algarvios do SC Farense e do Portimonense SC.

Mesmo sistema, mas com novidades

A equipa comandada por Sérgio Conceição voltou a alinhar num sistema tático de 4-4-2 que já havia sido utilizado na partida diante o FC Paços de Ferreira, a contar para a Allianz Cup. Foram seis as alterações adotadas pelo técnico dos azuis e brancos que voltou a colocar em campo Marchesín entre os postes, Mbemba no eixo central da defesa e o veloz lateral-esquerdo Zaidu, que esteve em dúvida para o jogo. Também Otávio, Marega e Taremi fizeram parte do onze. Nota para o médio brasileiro, que acabou por ser substituído já na segunda metade do encontro por Luis Díaz, após revelar alguma fadiga e mazelas físicas decorrentes de vários choques com jogadores do Nacional.

Apesar das alterações feitas no onze inicial, os dragões mostraram-se sempre superiores à equipa do CD Nacional, que alinhou igualmente em 4-4-2 e que contou também com mexidas na sua equipa titular. Foram opções para a defesa, o lateral-direito Rúben Freitas e o central Lucas Kal. Defesa esta que demonstrou muitas dificuldades na sua organização e protagonizou diversos erros que acabaram por prejudicar a equipa madeirense.

As duas outras novidades no onze de Luís Freire foram o médio Azouni e o avançado Danilovic que teve uma exibição um tanto apagada, acabando por ser substituído por Francisco Ramos, 10 minutos após o início da segunda parte.

Marcar e manter

O primeiro lance digno de nota acontece, então, aos 20 minutos: o central Pedrão fez falta sobre as costas de Taremi, dentro da grande área, e foi por isso advertido com o cartão amarelo. Chamado a bater o castigo máximo, o capitão Sérgio Oliveira, a quem foi atribuído o prémio de homem do jogo, não cedeu a pressões e deu vantagem aos azuis e brancos.

Ainda na primeira parte surgiu aos 35 minutos, aquela que foi a melhor oportunidade para a equipa insular. Após contra-ataque rápido da equipa do CD Nacional e pelos pés do capitão Camacho, Gorré não foi além de um remate fraco e enrolado parado com facilidade por Marchesín, que não teve grandes problemas ao longo de toda a partida.

Pouco depois da oportunidade do CD Nacional e 19 minutos após o primeiro golo, o FC Porto voltou a marcar, desta vez pelos pés de Marega, que já havia perdido uma chance à passagem da meia hora de jogo. Desta vez, depois de uma assistência do iraniano Taremi, o maliano dilatou a vantagem dos dragões, após mais um erro defensivo do Nacional, que apostou muitas vezes num futebol de construção a partir da defesa. Estilo de jogo esse que foi sendo anulado pela consistência azul e branca na zona intermediária do terreno, com pressão alta e rápida dos médios Sérgio Oliveira, Uribe, Octávio e Tecatito Corona.

O primeiro tempo terminou, assim, com uma vantagem de duas bolas para os dragões. Vantagem essa que se manteve até ao final do encontro, mesmo com inúmeras chances de golo para os pupilos de Sérgio Conceição na segunda parte.

Dragões ressentem fadiga, mas não cedem

Apesar de uma entrada com menor intensidade na seguda metade do encontro, a equipa do FC Porto não cedeu grandes oportunidades aos visitantes que, apesar de bloqueados muitas vezes, conseguiram progredir mais no terreno face ao que se tinha visto na primeira parte.

Luís Freire decidiu mexer na equipa e fez sair Danilovic, ainda numa fase prematura do segundo tempo, Gorré à passagem do minuto 64, Camacho e Alhassan para entradas de Francisco Ramos, João Victor, o ex-FCP, Rúben Micael e também avançado hondurenho Rochez que entraram à passagem do minuto 79.

Mesmo com alterações no seu onze, a equipa do CD Nacional teve sempre grandes dificuldades em responder à pressão dos azuis e brancos, que podiam ter dilatado a vantagem por diversas vezes.

Logo no começo e após grande combinação com o mexicano Corona, Sérgio Oliveira preferiu rematar à baliza mesmo tendo outro tipo de alternativas. O remate saiu com estrondo à malha lateral da baliza. Após essa ocasião, valeu um corte in extremis do central Pedrão, que acabou por “tirar o pão da boca” a Mehdi Taremi.

E se em determinado momento Pedrão salvou os madeirenses de um possível 3-0, um erro do defesa aos 71 minutos podia ter ditado essa diferença. Valeu a saída e intervenção rápidas do guarda-redes brasileiro Daniel que aliviou o perigo.

A melhor ocasião da segunda parte para a equipa insular, surgiu pelos pés de Rochez num remate de fora da área, aos 81 minutos do encontro, que não causou mossa a Marchesín, tendo este encaixado a bola com grande facilidade.

Destaque para as saídas de Otávio, Sérgio Oliveira e Corona que saíram visivelmente desgastados e agastados com alguns dos embates que sofreram por parte dos adversários ao longo da partida, dando lugar a Luis Díaz, ao médio Grujic e ao jovem Fábio Vieira.

Mas estes não foram os únicos a serem substituídos na formação azul e branca. Também saíram os avançados Taremi e Marega que deram lugar ao avançado espanhol ex-Famalicão, Toni Martínez e a João Mário, jovem jogador da formação portista que se mostrou bastante ativo durante o tempo em que jogou.

Já em período de compensação, aos 90+1, Toni Martinez falhou uma oportunidade flagrante para aumentar o marcador e dilatar a vantagem portista. Após passe de Zaidu em profundidade, o espanhol não foi além de um remate desajeitado que acabou por sair ao lado da baliza defendida por Daniel.

Mesmo com superioridade sobre o adversário ao longo de toda a partida, o FC Porto não assinou uma exibição com grande brilho. Fica o mérito de quem foi consistente ao longo dos 90 minutos e cumpriu assim com a maior das exigências: ganhar e manter-se “vivo” nesta que está a ser uma luta acesa pelo título de campeão nacional, atualmente detido pelos dragões.

Conceição realça superioridade

Na conferência de imprensa, Sérgio Conceição destacou a qualidade do jogo apresentado pelos seus jogadores: “Sim, foi um jogo consistente da minha equipa”, afirmou.

O técnico dos azuis e brancos acredita que o resultado poderia ter sido outro e que os números a favor do FC Porto poderiam ser maiores: “Estivemos sempre mais perto de aumentar a vantagem”, advertiu.

Face às substituições dos jogadores que saíram com queixas físicas, Sérgio Conceição crítica o estilo de jogo agressivo dos insulares: “Em relação aos jogadores que saíram mais queixosos, foram entradas feias”, afirmou o técnico.

Sobre a final da Supertaça, Sérgio Conceição, como Jorge Jesus, também não quis avançar com qualquer prognóstico sobre o desfecho da partida, garantindo apenas que só agora a equipa vai começar a pensar nesse jogo.

Luís Freire ambiciona melhores dias

Com uma vantagem mais curta sobre as equipas que ocupam os lugares de despromoção, Luís Freire, técnico do CD Nacional, mantém viva a confiança na equipa e sublinha a meta perseguida: “O nosso maior objetivo é a manutenção”, afirmou.

O Nacional arrecada a terceira derrota consecutiva, mas este período frágil que se faz sentir na equipa madeirense é normal na visão do treinador: “É normal que as equipas passem por momentos maus e momentos bons durante o campeonato”.

Na próxima quarta-feira (dia 23), o FC Porto defronta o SL Benfica no Estádio Municipal de Aveiro, em partida a contar para a final da Supertaça Cândido de Oliveira. Uma final entre dragões e águias que promete ser calorosa.

Também na próxima quarta-feira (dia 23), o CD Nacional recebe na “Choupana”, o Leixões SC, do segundo escalão do futebol nacional, em partida a contar para os dezasseis avos de final da Taça de Portugal.

O campeonato, esse, não para este Natal. A 11.ª jornada arranca no domingo, 27, e prolonga-se até terça-feira, 29, dia em que o FC Porto se desloca a Guimarães para enfrentar o Vitória.

Artigo editado por Filipa Silva