O recolher obrigatório a partir das 13h00 e a proibição de circulação entre concelhos vão continuar a ser aplicados no próximo fim de semana, sendo as restrições alargadas a todos os concelhos com mais de 24o casos por 100 mil habitantes. Só 25 dos 308 concelhos do território nacional ficam de fora das restrições mais apertadas. O anúncio foi feito esta quinta-feira pelo primeiro-ministro, em conferência de imprensa, depois da reunião do Conselho de Ministros.

No dia em que Portugal regista 9.927 novos casos de COVID-19 – o segundo maior registo de casos diários desde o início da pandemia, superado só pelo desta quarta-feira – e 95 mortes, António Costa admitiu que restrições novas e mais pesadas podem chegar para a semana.

O primeiro-ministro considerou que as medidas até agora adotadas “não são suficientes” para combater a transmissão do vírus. A reunião no Infarmed com os epidemiologistas, marcada para terça-feira, dia 12 de janeiro, vai ser decisiva para as próximas decisões do Governo. António Costa afirmou que as novas medidas podem ser anunciadas ainda antes de dia 15 de janeiro – data em que termina o estado de emergência que entra em vigor esta sexta-feira.

O chefe do Executivo colocou de lado a hipótese de encerrar as escolas para “não perturbar o ano letivo”, mas admitiu que pode alargar o recolhimento obrigatório às 13h00 para todos os dias da semana. “Um passo em frente é estendê-las [medidas do fim de semana] ao período semanal, como fizemos em março do ano passado”, explicou o primeiro-ministro.

Não obstante, António Costa pretende manter a esperança de que os números que se registaram nos últimos dois dias sejam “um ajustamento e que os dados até dia 12 não confirmem” um cenário mais grave. “Se se confirmarem, é necessário fazer o que é preciso fazer“, declarou.

O primeiro-ministro anunciou ainda que convocou uma reunião de emergência com a comissão permanente da concertação social e outra reunião com todos os partidos com assento parlamentar para preparar a adoção de medidas mais restritivas. Para António Costa “cada dia pode contar” e, por isso, o Governo considera “útil não esperar pelo próximo dia 15”.

As eleições presidenciais vão manter-se como planeado e realizar-se no dia 24 de janeiro. As campanhas eleitorais não serão restringidas. O primeiro-ministro relembrou que a lei do estado de emergência “não permite qualquer tipo de restrição à atividade política” para justificar a decisão.

Artigo editado por Filipa Silva