A Câmara Municipal do Porto (CMP) apresentou esta quarta-feira o seu primeiro centro de vacinação, o qual vai funcionar no modelo drive-thru, no Queimódromo, localizado na zona ocidental da cidade. O projeto é fruto de uma parceria entre a autarquia, a Unilabs, o Centro Hospitalar Universitário de São João e o Centro Hospitalar Universitário do Porto.

A CMP projeta que este posto poderá realizar duas mil inoculações por dia. A vacinação está pronta a começar quando chegarem vacinas à cidade para a segunda e terceira fases do plano de vacinação contra a COVID-19.

O local terá 12 linhas de vacinação. Em cada uma haverá um enfermeiro para administrar a respetiva vacina a um utente. No total, 20 enfermeiros vão trabalhar no centro de vacinação.

O presidente da CMP, Rui Moreira, antecipa que “a cidade está disponível para triplicar este esforço”, ou seja, para criar mais dois centros de vacinação em larga escala. Um estará localizado na zona oriental, no antigo parque de recolha da STCP, em São Roque da Lameira, que a autarquia se encontra em processo de adquirir à empresa de transportes. Outro ficará situado nos Jardins do Palácio de Cristal, dedicado à zona mais central da cidade.

Os centros do Queimódromo e de São Roque serão em regime de drive-thru. O centro do Palácio de Cristal já funcionará a pé. Em todos eles, os utentes terão de aguardar 30 minutos no local, depois de administrada a vacina, para acompanhamento clínico de uma potencial reação adversa – até agora, as autoridades de Saúde não registaram nenhum efeito secundário inesperado.

Rui Moreira garante que, “desde que haja vacinas”, os três centros de vacinação poderão vacinar toda a população da cidade do Porto – cerca de 250 mil pessoas – em dois meses.

A apresentação do centro de vacinação contou com Fernando Paulo, vereador da Habitação e Coesão Social, Paulo Barbosa, presidente do conselho de administração do Hospital de Santo António António Araújo, o presidente do conselho de administração do Hospital de São João, Rui Moreira, presidente da CMP, e António Maia Gonçalves e Luís Menezes da Unilabs Portugal.

A apresentação do centro de vacinação contou com Fernando Paulo, vereador da Habitação e Coesão Social, Paulo Barbosa, presidente do conselho de administração do Hospital de Santo António António Araújo, o presidente do conselho de administração do Hospital de São João, Rui Moreira, presidente da CMP, e António Maia Gonçalves e Luís Menezes da Unilabs Portugal. Foto: João Malheiro

Portugal terá de “administrar 55 a 60 mil vacinas por dia”

O presidente da CMP considera que o processo de vacinação tem de ser “rápido, cómodo e eficaz” e, sobretudo, “fora dos hospitais e centros de saúde”. “Os centros de saúde têm de poder tratar quem está doente não só com COVID-19, por isso, temos de os descongestionar”, explica Rui Moreira.

O autarca aponta que para atingir o objetivo do Governo de vacinar 70% da população até ao final do verão, será necessário “administrar 55 a 60 mil vacinas por dia”. Para Rui Moreira, esta meta “não é compaginável com aquilo que está a ser feito atualmente”.

Mesmo assim, o presidente da CMP faz uma avaliação positiva da intervenção do coordenador da task-force do plano de vacinação na reunião desta terça-feira no Infarmed. “Parece-me que finalmente as coisas estão a ganhar forma”, considera.

Sobre as vacinas já administradas no Porto e que podem ainda chegar à cidade, Rui Moreira afirmou que a CMP não tem esses dados.

O diretor médico da Unilabs Portugal garante que a empresa “está pronta” para pôr em prática o centro de vacinação no Queimódromo. “Podia começar hoje”, disse António Maia Gonçalves.

“Pedimos ao Hospital São João para nos apoiar com profissionais que já ganharam experiência em vacinação”, revela o diretor médico. A experiência positiva do posto de testagem de drive-thru, localizado no mesmo espaço, “deu tranquilidade” à Unilabs Portugal no processo de criação do centro de vacinação.

O CEO da Unilabs Portugal também marcou presença na apresentação. Ao JPN, e a propósito do anunciado reforço da testagem para que apontou esta quarta-feira a ministra da Saúde, Marta Temido, Luís Menezes considera que a capacidade de testagem do país “é a adequada e tem capacidade de crescimento”. “O país já fez 70 mil testes por dia, pode ir até 100 ou 110 mil testes por dia”, explica.

Luís Menezes afirma que o importante “é fazer um rastreamento correto dos contactos de risco” e fazer um número de testes proporcional ao número de infetados. “Com três mil infetados por dia, entre 50 a 60 mil testes seria mais do que suficiente”, esclareceu.

Artigo editado por Filipa Silva