Uma possibilidade de redenção e salvação da temporada. É no que se pode transformar o embate desta quarta-feira à noite, entre FC Porto e Juventus, no primeiro round dos oitavos de final da Liga dos Campeões, que se vai jogar no Estádio do Dragão. Sem terem alcançado especial sucesso nos seus campeonatos internos – a Juventus está no quarto lugar da Série A, a oito pontos do Milan (com um jogo em atraso), enquanto o FC Porto é o segundo da Liga NOS, a dez pontos do Sporting – as duas equipas defrontam-se à procura de reavivar o ânimo e reencontrar resultados positivos.

À entrada para a primeira mão, o que separa mais os conjuntos é a clara diferença entre plantéis. Embora o estatuto de favorita a vencer a liga milionária seja discutível, visto que não vence a prova há 25 anos, a verdade é que a Vecchia Signora conta com um elenco de luxo, encabeçado pelo capitão da seleção portuguesa, Cristiano Ronaldo.

Além do craque madeirense, o treinador Andrea Pirlo tem à sua disposição alguns jogadores particularmente desequilibradores, que podem dificultar as tarefas defensivas do FC Porto. Álvaro Morata, Federico Chiesa e Federico Bernardeschi serão as principais dores de cabeça para o conjunto azul e branco, estando já confirmadas as ausências de Paulo Dybala, Juan Cuadrado e Arthur Melo. Nanu e Marcano são, por sua vez, as baixas do campeão português. Este jogo marca também o regresso ao Dragão dos ex-portistas Danilo Luiz e Alex Sandro, expectáveis titulares no encontro.

Precisamente por causa do poder ofensivo dos italianos, e com vista a evitar os erros defensivos dos últimos jogos, Sérgio Conceição deixou em aberto a possibilidade de apresentar o onze inicial num 3-4-3, sistema tático pouco habitual. Apostando no ataque rápido e em passes diretos da defesa para o ataque, o treinador do FC Porto deverá explorar algumas falhas de marcação que custaram vários pontos à Juventus na Série A. Ainda assim, Conceição foi cauteloso nas palavras que usou durante a conferência de imprensa e relembrou que “nos últimos oito jogos, [os italianos] sofreram dois golos.” Dedicou ainda especial atenção a Cristiano Ronaldo. Foi com um golo de belo efeito de CR7 – que lhe valeu então o Prémio Puskas pela FIFA – que o último jogo do português como visitante se decidiu, nos oitavos de final da Liga dos Campeões da temporada 2008/2009. Na altura, representava o Manchester United.

“A qualquer momento, o Cristiano pode decidir o jogo. Por isso é que é o melhor do mundo. Temos de ser sólidos e coesos, à imagem do que temos feito na Liga dos Campeões. Sabemos que é um jogador que remata como ninguém e, apesar de em outras zonas do campo não ser tão importante, no último terço é fabuloso. Temos isso trabalhado, faz parte da nossa análise a um coletivo de altíssimo nível”, afirmou o técnico portista no lançamento da partida à Imprensa.

Andrea Pirlo foi muito elogioso do adversário. Relembrou as vezes que defrontou Sérgio Conceição como jogador em Itália, “um jogador de grande técnica”. Advertiu os seus próprios homens quanto ao poderio portista no contra-ataque: “Vai ser preciso sermos pacientes, não podemos forçar muito.”

Até aqui, o percurso das duas equipas tem-se feito sobretudo de vitórias na prova: a equipa italiana chega ao Dragão como vencedora do seu grupo, que terminou em igualdade pontual com o Barcelona. Já o FC Porto foi o segundo melhor da sua série, a três pontos do Manchester City.

Já o histórico entre os dois clubes não deixa espaço a muitas interpretações: a Vecchia Signora nunca perdeu em confrontos com o FC Porto, tendo empatado apenas por uma ocasião. De resto, quatro derrotas em quatro jogos, destacando-se destas a fatídica tarde em Basileia de 1984 em que os “dragões” atingiram e perderam a primeira final europeia. Na altura, a agora extinta Taça dos Vencedores das Taças com golos de Platini e Boniek para a Juventus e António Sousa para o FC Porto.

FC Porto e Juventus defrontam-se a partir das 20h00 num jogo que vai ter transmissão em direto pela TVI e Eleven Sports.

Artigo editado por Filipa Silva