O Festival Internacional de Cinema Doclisboa que, normalmente, dura 11 dias, este ano alargou-se para seis meses. A situação pandémica forçou o festival a programar o evento de uma outra forma. Esta edição começou no dia 22 de outubro de 2020 e termina no dia 10 de março de 2021.
Em declarações ao JPN, Patrícia Cuan, coordenadora de Comunicação e Imprensa do Festival, justificou o alargamento das datas por duas razões: Para além de “criar um outro ritmo” para que as pessoas tenham a possibilidade de acompanhar o evento “sem aquela velocidade tão característica de um festival com 11 dias, como é o caso do Doclisboa”, dá espaço para uma eventual reorganização da programação, visto que o cenário futuro tem sido imprevisível.
Depois de ter sido adiado, o quarto módulo do festival, com o tema “Ficaram tantas Histórias por Contar”, começa esta quinta-feira (18) e protagoniza algumas questões políticas. Ao longo dos próximos sete dias vão estar disponíveis, online, as sete sessões respetivas e todos os dias terá lugar um debate com um realizador de cada sessão. Quem adquirir o bilhete, tem acesso a tudo e pode assistir e colocar questões. Patrícia Cuan refere que, no fundo, a ideia é “prolongar um bocadinho o debate para além do visionamento, que era uma coisa que já fazíamos nas sessões físicas e que achamos sempre pertinente.”
Para a coordenadora de Comunicação e Imprensa do Doclisboa, é fácil visualizar as sete sessões e “mergulhar um bocadinho nesta questão, que tem muito a ver com estes cantos mais escuros da história, com os silêncios que existem e que devem vir à superfície. Devem ser falados e discutidos e, com essa perspetiva, pensar em novas narrativas sobre o nosso presente e futuro.”
O recurso ao online foi a solução possível para que a programação fosse na mesma exibida. No entanto, Patrícia Cuan destaca que “há toda uma série de filmes que só fazem sentido ver numa sala de cinema” e, por isso, algumas sessões estão por concretizar. A coordenadora salienta a importância das sessões físicas porque “em sala proporcionam um debate coletivo que faz o cinema viver e reverberar.”
O programa intitulado “O cinema para uma luta anti-racista”, que era suposto acontecer no Padrão dos Descobrimentos, não foi incluído na programação online. Tal como este, outros programas estão por marcar e a evolução da situação pandémica está a ser estudada. Para já, fica a expectativa de que a fase final do festival possa ser realizada presencialmente.
Se por um lado há programas que ainda não foram marcados, a versão online permitiu estender a programação a todo o território português e isso, para Patrícia Cuan, “é bom”, porque mais pessoas podem ver os filmes.
As sete sessões do “Ficaram tantas Histórias por Contar” estão disponíveis em online.doclisboa.org e é necessária a aquisição de um bilhete para ter acesso aos filmes lá alojados. O quarto módulo do 18º Festival Internacional de Cinema Doclisboa prolonga-se até dia 24 de fevereiro.
Artigo editado por Filipa Silva