A primeira noite dos dezasseis avos de final da Liga Europa trouxe muitos golos – 59 em 16 encontros, uma média de 3,69 por jogo -, mas não foi a mais feliz para os clubes portugueses. Esta quinta-feira, o SL Benfica manteve-se com algumas hipóteses dentro da eliminatória depois do empate frente ao Arsenal, mas permitiu um golo “fora” depois de ter estado, ainda que brevemente, na frente do encontro. Já o SC Braga está em dificuldades e, depois da derrota por dois golos em casa contra a AS Roma, terá uma missão difícil, na próxima semana, na viagem a Itália.

O SL Benfica alinhou da forma que já se previa e que se falou na conferência de imprensa de antevisão do jogo: Jorge Jesus mudou o sistema para encaixar três centrais e tentar ser mais sólido defensivamente. Acabou por não ser o 3-4-3 mais esperado, mas sim um 3-5-2. Lucas Veríssimo fez a sua estreia no eixo defensivo, com um meio-campo a três composto por Weigl, Pizzi e Taarabt à sua frente. Darwin Nuñez e Luca Waldschmidt lideraram a linha ofensiva.

Apesar da mudança tática, como em muitas outras ocasiões ao longo da temporada, os encarnados mostraram algumas debilidades defensivas. Ainda assim, conseguiram manter o marcador a zeros durante a primeira parte, mas sem nunca ameaçar realmente a baliza de Bernd Leno. Jorge Jesus montou a sua equipa para encaixar defensivamente na equipa adversária, mas sem grande ênfase no momento ofensivo.

O SL Benfica conseguiu um penálti, depois de uma mão na área de Smith-Rowe, e Pizzi converteu para o primeiro golo da partida aos 55’ minutos. Contudo, numa altura em que se pedia às “águias” um maior controlo da partida, o Arsenal FC respondeu quase de imediato, aos 57’, com um remate para o fundo das redes de Helton Leite por parte de Bukayo Saka. Cédric ganhou as costas de Diogo Gonçalves, extremo de origem adaptado a ala-direito, e cruzou para um encosto fácil do internacional sub-21 inglês.

O encontro encontrou algum equilíbrio depois dos dois golos, mas o marcador permaneceu intocável até ao apito final do árbitro. Os portugueses continuam com hipóteses na eliminatória, porém não será uma segunda mão fácil, com a viagem até Atenas, campo neutro encontrado para acolher o encontro.

Braga com muita posse, mas pouca ligação

O SC Braga nunca conseguiu importunar uma AS Roma sempre muito competente. Os bracarenses até tiveram bastante posse de bola, mas com a forte e alta pressão dos italianos, os “guerreiros” do Minho nunca conseguiram propriamente ligar o setor defensivo e médio ao mais avançado. Muitas dificuldades na primeira fase de construção, com Al Musrati e Fransérgio a não conseguir progredir no terreno através do passe e do drible, respetivamente.

O Braga sofreu logo no início do encontro um duro golpe às suas aspirações, com um golo do experiente avançado Edin Dzeko aos 5’ minutos. Spinazzola, ala-esquerdo que foi considerado o melhor em campo, ganhou as costas de Ricardo Esgaio e cruzou para uma finalização fácil do bósnio.

A AS Roma ganhou confiança e manteve o controlo do jogo, sem ter sentido grandes dificuldades para aguentar o ataque dos portugueses. Para piorar a situação, o Braga passou a jogar com 10 jogadores a partir do minuto 54’, depois do segundo amarelo e consequente vermelho para Ricardo Esgaio.

Carlos Carvalhal ainda tentou mudar radicalmente a equipa, com cinco substituições entre o minuto 57’ e 69’, mas os seus jogadores não foram capazes de inverter o rumo da partida. O golpe final chegou já perto do fim, com um golo do espanhol Borja Mayoral a fechar o marcador em 2-0.

Paulo Fonseca levou a melhor no plano estratégico, e leva também uma vantagem de dois golos, e golos esses fora de casa, para Roma, onde apenas terá que controlar a partida para passar aos oitavos de final da Liga Europa.

Frenesim de golos por toda a Europa

Os jogos com participação de equipas portuguesas tiveram ambos dois golos cada, mas a jornada de jogos europeus foi marcada por resultados com muitos golos, incluindo alguns surpreendentes. O Bayer Leverkusen perdeu por 4-3 contra o Young Boys da Suíça, e chegou a estar com uma desvantagem de três golos. O AC Milan, uma das equipas sensação na Europa nesta época, empatou com o Estrela Vermelha, ainda que tenha poupado muitos jogadores, incluindo o português Rafael Leão.

Por falar em portugueses, Bruno Fernandes brilhou mais uma vez ao serviço do Manchester United, marcando os dois primeiros golos da vitória muito expressiva de 4-0 contra uma Real Sociedad que se tem mostrado bem no campeonato espanhol. O Tottenham de José Mourinho ganhou com alguma facilidade ao Wolfsberger AC por 4-1, num jogo em que o treinador português não levou a estrela Harry Kane para a viagem até a Áustria.

Os jogos da segunda mão dos dezasseis avos-de-final estão marcados para a próxima quinta-feira. O SL Benfica entra em ação às 17h55 em Atenas, já o SC Braga tem o seu jogo às 20h00 em Roma.

Artigo editado por Filipa Silva