A “Easy Future” surgiu em abril de 2020 com o objetivo de ajudar estudantes, como Tiago Oliveira, que estavam, na altura, prestes a ingressar no ensino superior. “Perdemos as feiras das universidades, perdemos os dias abertos, perdemos a vinda das universidades às escolas secundárias e perdemos a possibilidade de irmos nós às faculdades”, relembra ao JPN o fundador da plataforma, a propósito da criação da página.
Quase um ano depois, o projeto reforçou-se a vários níveis, oferecendo hoje muito mais conteúdo e vantagens aos visitantes. Na calha, avança Tiago Oliveira, está “algo grandioso” em matéria de apoio e acompanhamento a estudantes dos vários níveis de ensino, mas os pormenores dessa iniciativa ficam, para já, por revelar.
Do “doc” à plataforma
Inicialmente, a ideia de Tiago Oliveira, agora estudante do primeiro ano de Física na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto (FCUP), era criar um documento partilhado com informações relevantes, mas acabou por optar por um site. Com a ajuda de alguns colegas da escola secundária, o grupo deu vida à plataforma “Easy Future” que, duas semanas após o lançamento, a 28 de abril, atingiu números de visitantes bem maiores do que o previsto. “O entusiasmo era tanto que nós decidimos que íamos fazer mais”, explica Tiago. Agora, a plataforma abrange vários pontos do país e estudantes de diversas faculdades e escolas secundárias.
“Sempre tive a mania de fazer os cálculos no Excel, listagens de cursos e manter-me atualizado sobre essas coisas”, conta Tiago. Assim, decidiu organizar os seus próprios apontamentos e “partilhar com mais pessoas”. Numa fase inicial, fez esta partilha através das redes sociais, para que os seus colegas da escola tivessem acesso. Agora, o foco principal é ajudar os estudantes do secundário do resto do país com a ajuda de uma equipa, entretanto formada, de universitários e empresas interessadas neste target.
Foram também criadas várias parcerias, nomeadamente na área do alojamento direcionado para estudantes, a abranger plataformas como a UniPlaces ou o Inlife Portugal. Estas empresas, como outras listadas no site, têm descontos para oferecer aos estudantes através da Easy Future.
De resto, a plataforma disponibiliza um simulador de candidaturas, uma calculadora de médias, métodos de estudo para os exames, notícias sobre o ensino secundário, além de testemunhos de estudantes universitários que relatam as suas experiências, sejam de conotação positiva ou negativa. Isto faculta diferentes pontos de vista e ideias sobre o que é, de facto, a vida universitária.
O projeto mais recente da plataforma é o “Interligar o País”. “Queremos interligar mais os estudantes, numa altura em que devíamos estar mais afastados. O objetivo é contrariar os efeitos do vírus”, refere o estudante de 18 anos. O novo conceito foi uma base para a criação de grupos de Whatsapp que juntam alunos do secundário, onde se promovem webinars através de chamadas zoom com especialistas de várias áreas e partilham drives com resumos, testes, sebentas e exames.
Os grupos do Whatsapp deram asas à amizade entre alunos de distritos diferentes e à partilha de resumos ou dúvidas. A divisão é feita por áreas científicas: Ciências e Tecnologias, Ciências Socioeconómicas, Línguas e Humanidades e Artes Visuais. Há grupos com mais de 200 aderentes, prova do sucesso obtido.
Queremos interligar mais os estudantes, numa altura em que devíamos estar mais afastados. O objetivo é contrariar os efeitos do vírus
Relativamente a novas parcerias, Tiago explica que estas têm vindo a crescer e que vão continuar à procura de novas, sempre numa lógica de ajudar os estudantes nesta mudança do secundário para a faculdade, de todas as formas possíveis.
Há, aliás, uma nova parceria que está para ser anunciada, mas Tiago Oliveira não pode ainda revelar o nome da empresa. Ainda não é público, mas o estudante refere que vão criar “algo mesmo grandioso para acompanhar estudantes desde o ensino básico até ao ensino superior, para que eles tenham uma linha contínua de apoio”. O projeto vai ser dividido por três grupos, de forma a que um fique responsável pela transição dos alunos do básico para o secundário, outro grupo que ajude na passagem para o ensino superior e, por fim, uma ajuda a prosseguir para o mercado de trabalho.
Artigo editado por Filipa Silva