Sem público e euforias, a música não deixou de marcar presença no estúdio da RTP em Lisboa.

Do ritmo mais suave ao mais efervescente, o palco transbordou eufonia. O público e os júris (ambos repartem 50% da decisão) ditaram o veredito final. Das dez canções em disputa nesta primeira fase, cinco triunfaram: Na Mais Profunda Saudade, de Hélder Moutinho, na voz de Valéria, Saudade, de Karetus & Romeu Bairos, Love is on my side, de The Black Mamba, Dia Lindo de e por Fábio Maia, e Contramão, de Filipe Melo, com letra de Teresa Sequeira e interpretada por Sara Afonso.

Estas cinco canções seguem para a final de Portugal que tem data marcada para dia 6 de março, e que, fugindo à regra dos anos anteriores, acontecem em estúdio e sem público, devido à pandemia mundial da COVID-19.

Dia 27 de fevereiro é a vez da segunda semifinal, dentro do mesmo formato, nos estúdios da RTP. Em competição estão outras dez canções, deste leque vão ser selecionadas cinco para se juntarem às restantes na disputa final.

2ºsemifinal, quem está a concurso? 

1º.) Da Ghick – I Got Music 

Da Chick lançou o primeiro EP em 2021, nomeado de “Curly Mess” – lançado pela DiscoTexas. Em 2015, surgiu o primeiro álbum ” Ghick to Ghick“, onde surgiram temas produzidos por Xinobi, Moullinex, Cut Slack e Isac Ace. Depois, seguiram-se colaborações com vários artistas e novos lançamentos musicais, dos quais “Call Me Foxy“, em 2017. No ano passado, 2020, estreou-se o álbum “Conversations with the Beat“, um disco original, escrito e produzido na íntegra por Da Chick.

A solo ou acompanhada, Da Chick releva a importância e pujança de uma “funk machine”. Essa característica levou-a  a conquistar o prémio Best Live Performance nos Portugueses Festival Awards em 2015, que levou Peaches a chamá-la para o seu concerto no Vodafone Maexefest.

2º.) Tainá – Jasmin 

Tainá é uma jovem nómada de 23 anos, vinda do Brasil. A artista assinala a sua passagem por terras lusas através da música. Durante um passeio por Lisboa, juntou-se, espontaneamente, a um grupo de músicos e foi desafiada a cantar “Corcovado“, de Tom Jobim. No fim, descobriu que estava a cantar com uma banda de Erlend Øye, dos Kings Of Convenience, que atuava no dia seguinte no Capitólio. De um acaso, surgiu a oportunidade de cantar nos dois concertos seguintes da banda em Portugal

Em 2019, dá nome ao seu primeiro álbum. Atuou em alguns do maiores festivais de verão em Portugal. Preparava-se para uma digressão de norte a sul do país, mas a pandemia veio adiar os concertos. Mas nem isso impediu Tainá de continuar a produzir, em 2020 lançou os singles “Caminho” e “Senti”.

3º.) Ariana – Mundo Melhor 

Ariana, a amante do fado, soul e R’n’B. Com apenas 13 anos, participou no concurso televisivo The Voice Kids Portugal (2014). De seguida, o Cartoon Network contactou-a para dar voz a alguns projetos, dos quais a voz de genérico da série “PowerPuff Girls“.

Em 2019, foi convidada pelo artista Djodje para cantar no Campo Pequeno. Nesse mesmo ano voltou a participar no programa de talento musical The Voice Portugal.

Ariana não é estreante do mundo do Festival da Canção. Em 2020, teve a oportunidade de trabalhar com o artista Dino D’Santiafo e Kady, no coro da canção “Diz só“.

4º.) EU.CLIDES – VOLTE-FACE

EU.CLIDES envergou cedo no mundo da música. Com oito anos, entrou para o Conservatório de Música, onde iniciou os seu estudos em guitarra clássica.

Em 2016, começou a sua primeira digressão como guitarrista com o grupo Senegal Daara J Family e, mais tarde, com a artista Mayra Andrade. Quatro anos depois, decidiu trilhar o seu caminho a solo. Na primavera de 2020, lançou o seu primeiro single “Terra Mãe“, onde homenageia a Liberdade do 25 de Abril. Seguiu-se “Ira Para Quê?“, e. por fim, “O Tempo Torto“, em colaboração com o artista português Branko.

“VOLTE- FACE”, de autoria de Pedro da Linha e letra de TOTA pode ser ser ouvida no dia 27 de Fevereiro interpretada por EU.CLIDES.

5º.) Joana Alegre – Joana do Mar

Joana Alegre estudou na Orquestra de Câmara do Colégio Moderno e em guitarra clássica na Academia Duarte Costa e, posteriormente, começou a cantar recreativamente. Estreou-se como vocalista com uma colaboração com a produtora Joana de Melo. Iniciou-se profissionalmente como vocalista dos The Pulse, que editaram o álbum homónimo, e o single “No Match”, em 2010. Inaugurou a sua carreira de originais no concerto no The Shrine com a participação especial da cantora e baixista Adeline Michéle.

Joana participou no musical “Fantasma de Chico Morto” e integrou o coro de Gospel Colletive como solista e vocal coachRetomou as parcerias e colaborações com músicos do jazz e da pop portugueses, entre os quais Mikkel Solnado, com quem faria o dueto “E Agora?”, e que viria a produzir o seu primeiro disco,

Atualmente, trabalha como compositora, letrista e vocal coach na produtora Great Dane Studios. Foi finalista do TheVoice Portugal 2019.  Está a gravar o seu segundo álbum de originais, com produção de Luísa Sobral.

6º.) Pedro Gonçalves – Não Vou Ficar 

Pedro Gonçalves começou a partilhar a sua paixão pela música no Youtube, onde conta com milhares de seguidores e milhões de visualizações.

Em 2015, o jovem participou no programa de talentos da RTP1, o The Voice Portugal, onde alcançou o 2ºlugar. Dois anos depois, em 2017, participou pela primeira vez no Festival da Canção, com a música “Don’t Walk Away“, da autoria de João Pedro Coimbra, alcançando o 6ºlugar na final e o 1ºlugar na sua semi-final.

Pedro Gonçalves tem dado cartas na música como compositor e produtor, tendo já conquistado dois Discos de Ouro.

7º.) Ana Tereza – Com um Abraço

Dos grupos corais aos concursos de talentos, Ana Tereza procurou envolver-se na música aos 8 anos de idade. Em 2015, cofundou banda “Gaijas” que se assume como um tributo ao Rock feminino.

Em 2018, iniciou a sua carreira como cantora freelancer no pop/rock, conseguindo trabalhar com diversos músicos algarvios. Em 2019, a sua banda participou no documentário “Ela É Uma Música”, de Francisca Marvão, concorrente ao IndieLisboa, no qual participaram num círculo de concertos com mulheres do Rock português, entre as quais Adelaide Ferreira e Lena D’Água. Em 2020, lançou o seu canal de YouTube de covers clássicos.

No Festival da Canção canta “Com um Abraço“.

8º.) Carolina Deslandes – Por um Triz 

Carolina Deslandes é detentora de uma carreira sólida no panorama musical português. Foi na SIC, em 2010, que se deu a conhecer no  programa “Ídolos”. Dois anos depois, apresentou o seu primeiro single “Não é verdade” que integrou o primeiro álbum ao qual deu o seu nome. Em 2014, lançou “Blossom” e, ainda, “Mountains”, em dueto com Agir, que conta com aproximadamente 15 milhões de visualizações. Seguiu-se “Casa” ( 2018), terceiro álbum que incluiu a música “A Vida Toda“, distinguido com o Globo de Ouro de Melhor Música, e “Avião de Papel“, com Rui Veloso.

Pelo segundo ano consecutivo, Carlina Deslandes, foi distinguida com o Prémio Cinco Estrelas “Personalidade na área da Música”, dias depois do lançamento do seu novo EP “Mulher”. “Mulher” foi número um na tabela do iTunes e o single “Não Me Importo” teve entrada direta para o top 100 do Spotify em Portugal.

9º.) Graciela – A Vida Sem Acontecer

Graciela é cantora, teclista e compositora. Conta com três álbuns editados “Birth of a Robot” (2011), “Taxi Ballad” (2013) e Cut (2017).

A partir de 2011, começou uma data de colaborações com outras bandas e autores. Trabalhou em estúdio com We Trust, White Haus e Cavalheiro e, ao vivo, tocou na formação de PZ (2015 – 2017) e White Haus (desde 2013). Foi ainda convidada a participar em espetáculos de projetos como os Sensible Soccers e Um Z.

10º.) NEEV – Dancing in the Stars 

NEEV tem uma carreira internacional. Foi no ano de 2015 que assinou o seu primeiro contrato em Los Angeles que conduziu a duas apresentações ao vivo, no Festival Reeperbahn, Alemanha, em 2016 e, em 2017, no Eurosonic, Holanda. Após isto, assinou contrato com a Universal Music France.

Na feitura do seu primeiro álbum, trabalhou com Chris Bond (produtor de Ben Howard), mas, posteriormente, contou com Larry Klein (Joni Mitchell, Herbie Hancock, Melody Gardot e Tracy Chapman), que se refere a NEEV como o “Prince português”. Em parceria, produziram “Philosotry“, em 2020. O álbum teve uma pré-edição em alguns países no Verão de 2020, mas acabou por ser adiado para este ano, devido à covid-19.

Na semifinais impera a escolha do júri, na final, a do público. O vencedor, no dia 6 de março, vai representar Portugal na 55º edição da Eurovisão que acontece dia 22 de maio nos Países Baixos. 

Artigo editado por Filipa Silva