A Câmara de V.N. de Gaia suspendeu esta segunda feira a “Gaia Futuro”, uma régie cooperativa responsável por gerir os equipamentos desportivos e culturais da autarquia. Em reunião camarária, o presidente do concelho, Eduardo Vítor Rodrigues, lembrou que o ano desportivo do desporto de formação “termina em maio” e não viu benefícios em manter uma gestão ativa num paradigma em que “não se antevê a reabertura dos espaços e equipamentos para breve”.
“O arranque seria no ano passado, mas a pandemia arrastou o tema. Entendo que a régie cooperativa deve ser suspensa”, explicou o autarca.
Eduardo Vítor Rodrigues justificou a decisão também com razões de “poupança para a câmara”, visto ser necessário por parte da Câmara Municipal apresentar um orçamento e custear a manutenção da régie cooperativa.
Eduardo Vítor Rodrigues, entrevistado à agência Lusa em 2019, disse que “este modelo (régie cooperativa) é mais interessante para Gaia por ser uma estrutura mais participativa sem um objetivo de lucro”. No entanto, o autarca vê como “traição ao modelo” manter a “Gaia Futuro” aberta se a mesma “não gerar receita”, admitiu na mesma reunião.
Quanto à reavaliação da continuidade da “Gaia Futuro”, Eduardo Vítor Rodrigues referiu que esta não regressará antes das eleições autárquicas previstas para o final deste ano.
O PSD, partido da oposição em Gaia, questionou o executivo camarário sobre os percalços que adiaram o processo de implementação da “Gaia Futuro” desde 2015. O presidente admitiu que este processo tem sofrido vários percalços e adiamentos, uma vez que o visto do Tribunal de Contas só chegou em 2019 e arrancou em 2020, ano marcado pela pandemia.
As régies cooperativas, ou cooperativas de interesse público, nos termos do Decreto-Lei n.º 31/84, de 21 de janeiro, são pessoas coletivas em que, para a prossecução dos seus fins, se associam o Estado ou outras pessoas coletivas de direito público, como os municípios ou as freguesias, e cooperativas ou utentes dos bens e serviços produzidos.
A cooperativa “Gaia Futuro” está suspensa e assim continuará até às próximas eleições autárquicas, que vão ser marcadas entre setembro e outubro de 2021.
Artigo editado por Filipa Silva