O embaixador de Itália em Kinshasa, Luca Attanasio, morreu, esta segunda-feira, vítima de um ataque armado na República Democrática do Congo. O italiano de 43 anos, seguia num comboio do Programa Alimentar Mundial durante uma missão das Nações Unidas na RD Congo (MONUSCO), perto da cidade de Goma, no leste de Itália. Para além do embaixador, também um militar e o motorista acabaram por falecer.

Luca Attanasio desempenhava funções de embaixador na RD Congo desde o início do ano de 2018. Foi o principal alvo do ataque, sendo atingido por balas no abdómen, que o levaram a ser diretamente hospitalizado com ferimentos graves. A morte de Luca foi confirmada pelo porta-voz do parque, que indicou a possibilidade do ataque ter sido organizado com o intuito de raptarem os que estavam presentes, como aponta o portal de notícias do Congo Actualité. Attanasio foi o primeiro embaixador estrangeiro a ser morto na RDC, desde 1997.

São mais de 25 anos de ameaça pelos grupos armados na região de Goma, capital da província do Kivu Norte, onde está localizado o Parque Nacional de Virunga, cenário do conflito, a fim de lutarem pela riqueza do solo e subsolo. Já em 2018, dois estrangeiros foram sequestrados no mesmo local e, no início de 2021, mais de 17 pessoas foram torturadas pelo grupo islamista “Forças Democráticas Aliadas”, ativo na fronteira oriental do Congo.

UE condena o ataque

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pede uma investigação imediata ao ataque que vitimizou o embaixador italiano e, através do seu porta-voz, Stéphane Dujarric, expressou as suas condolências às famílias das vítimas, aos países envolvidos, ao Programa Alimentar Mundial (PAM) e à equipa da Organização das Nações Unidas (ONU) na RD Congo.

Também o presidente italiano, Sergio Mattarella, classificou como “cobarde” o ataque que tirou a vida a Luca Attanasio, ao militar e ao motorista: “A República Italiana está de luto por estes servidores do Estado que perderam a vida no exercício das suas funções”, frizou.

O Ministério do Interior Congolês acusou os rebeldes hutus ruandeses de estarem envolvidos no ataque. No entanto, até ao momento, não há qualquer informação acerca da autoria e motivações do ato de violência.

Artigo editado por Filipa Silva