Naquele que vai ser o quarto encontro entre as duas formações esta temporada, Futebol Clube do Porto e Sporting Clube de Braga voltam a entrar em campo, no Estádio do Dragão, à procura de garantir um bilhete para a final da Taça de Portugal. Antes do esférico começar a rolar, a vantagem está do lado dos “dragões”, graças ao empate a uma bola no Estádio Municipal de Braga. As decisões estão marcadas para esta quarta-feira, às 20h15.

Na sequência de um empate na receção ao Sporting CP, que pode ter comprometido de forma definitiva as aspirações dos comandados de Sérgio Conceição em revalidar o título de campeões nacionais, o FC Porto deposita agora na Taça de Portugal as suas maiores esperanças no que diz respeito à conquista de troféus esta temporada – os “azuis e brancos” conquistaram já a Supertaça, em dezembro.

Para o SC Braga, que vem de uma vitória na visita ao CD Nacional, que lhe permitiu ascender ao segundo lugar do campeonato e ultrapassar o adversário do jogo de hoje, a Prova Rainha do futebol nacional representa também a melhor hipótese dos minhotos somarem mais um troféu para o seu palmarés, depois da derrota na final da Taça da Liga e da eliminação na Liga Europa. A nove e dez pontos, respetivamente, do líder do campeonato, as hipóteses bracarenses e portistas de ainda chegarem ao título de campeão são escassas.

Apesar da vitória caseira na abertura da época, por 3-1, para o FC Porto, os últimos dois confrontos entre as duas formações, disputados no início de fevereiro, terminaram com empates e seguiram um filme de jogo semelhante. Tanto no 2-2 para o campeonato, como no 1-1 para a Taça de Portugal, o FC Porto adiantou-se no marcador e colocou-se confortável na gestão do encontro. No entanto, cartões vermelhos admoestados aos seus jogadores acabaram por inverter o rumo dos acontecimentos, com o SC Braga a conseguir o empate ao cair do pano.

O que esperar das equipas?

Ciente da importância que este encontro vai ter na altura de fazer o balanço da temporada, a equipa de Sérgio Conceição deve apresentar-se fiel a si própria e não deve fugir às estratégias que mantiveram a formação de Carlos Carvalhal amarrada taticamente durante boa parte dos dois últimos encontros entre ambas.

Apesar da vantagem na eliminatória, é expectável que o FC Porto tente resolver a eliminatória ainda numa fase inicial da partida, também devido a sucessão de jogos em que se encontra – joga com o Gil Vicente no sábado e com a Juventus, em Turim, na terça-feira. Ainda assim, os “dragões” estão obrigados a precaver-se face à velocidade e qualidade dos atacantes do SC Braga na transição.

Nesse sentido, e ao contrário do que se verificou na primeira mão, a equipa da casa deve apresentar o seu melhor onze logo à noite. O 4-4-2 habitual deve ser acompanhado pelos jogadores que têm figurado de forma mais frequente nas escolhas do técnico portista, ou seja, um onze semelhante ao que enfrentou o Sporting CP, no sábado. Otávio e Corona nas alas, Manafá e Zaidu nas laterais, Taremi e Marega como dupla de avançados, Sérgio Oliveira e Uribe na sala de máquinas do meio campo e Pepe e Mbemba no centro da defesa.

As limitações físicas de Sérgio Oliveira e Pepe podem obrigar a alterações nas escolhas iniciais, com Grujic e Diogo Leite a serem os substitutos mais óbvios. Diogo Costa deve voltar a assumir a baliza “azul e branca” por troca com Marchesín.

A precisar de ganhar, ou empatar no mínimo por duas bolas, para seguir em frente, o SC Braga deve manter o sistema de três centrais com o qual está mais familiarizado. Tormena, Rolando e Borja devem ser os jogadores mais recuados da formação, embora Raul Silva e Sequeira também sejam opções viáveis, com Fransérgio e Al Musrati a fazer dupla no meio-campo. Galeno e Esgaio vão continuar nas alas, enquanto Piazon e Ricardo Horta vão estar no apoio ao avançado centro, posição que suscita mais dúvidas. Sporar vem de problemas físicos, pelo que aposta pode passar por Abel Ruiz.

O principal desafio para Carlos Carvalhal passa por conseguir encontrar a solução para que a equipa se solte das amarras táticas montadas pelo adversário, algo que apenas conseguiu fazer nos encontros anteriores após se encontrar em vantagem numérica. Ainda assim, a qualidade individual dos seus intérpretes é mais do que suficiente para colocar em alerta a defesa do FC Porto.

Embora esteja obrigada a marcar para marcar presença na final, a estratégia inicial da formação bracarense deve passar por suster o ímpeto inicial dos “dragões” e esperar pelo momento certo para ferir o adversário.

Sérgio Conceição: SC Braga “é a melhor equipa a jogar em Portugal”

Na conferência de antevisão à partida, Sérgio Conceição teceu rasgados elogios ao seu adversário, ao afirmar que o SC Braga, quando tem a bola, “talvez seja a melhor equipa a jogar em Portugal”, em termos da “beleza e da forma como chegam à baliza adversária”. Para além disso, o técnico portista comentou que mais importante do que tentar desvendar o esquema tático dos bracarenses, nomeadamente a sua linha defensiva, o “importante é perceber qual a dinâmica que têm quando ganham a bola” e “que jogadores compõem essa linha defensiva”.

Embora reconheça que o campeonato é o principal objetivo do clube a nível interno e que essa luta, apesar de não estar terminada, “está obviamente mais difícil”, o treinador “azul e branco” salienta que este é um jogo que pode “levar-nos a uma final”, onde “podemos conquistar mais um título”. “As vitórias servem para conquistar títulos e amanhã temos a possibilidade de passar este jogo e estar em mais uma final”, aquela que seria a terceira final desde que assumiu o comando do FC Porto.

Carlos Carvalhal: “A ambição é proporcional à dificuldade”

Já o técnico dos bracarenses prometeu um SC Braga “organizado, motivado, com muita vontade de chegar à final e sabendo que vamos ter de fazer golos”. Apesar de reconhecer que o trabalho necessário para o ultrapassar os “dragões” é hercúleo, “a ambição é proporcional a essa dificuldade” e a sua equipa tem a “esperança e expectativa” de atingir o encontro decisivo da prova.

Sobre o adversário, Carlos Carvalhal diz ter “consciência de que vamos jogar contra uma grande equipa, com uma organização muito forte, uma equipa de Champions League, com um grande treinador, uma equipa muito difícil de ser batida, a jogar no seu terreno”. Ainda assim, o treinador destaca também as valias do seu plantel. “A equipa tem estado bem na sua globalidade, é uma equipa equilibrada, que ataca bem, que pratica um bom futebol, que transita bem e quando tem de defender também defende bem”, afirmou.

O encontro desta quarta-feira arranca quando forem 20h15. A segunda mão da outra meia-final, entre SL Benfica e GD Estoril Praia, está marcada para esta quinta-feira, 4 de março. As “águias” venceram por 3-1 na visita a Estoril, no jogo da primeira mão.

Artigo editado por João Malheiro