Esta sexta feira, várias pessoas marcaram presença na praça D.João I, no Porto, para exigirem a libertação do rapper catalão, Pablo Hasél.

O evento foi organizado pela União Antifascista Portuguesa (UAP – Secção portuguesa da Alternative International Movement) e contou com o apoio da União Marxista-Leninista Portuguesa. Também no mesmo dia, foram convocadas outras concentrações em Lisboa, Faro e Évora.

Durante a manifestação, ouviram-se discursos dos organizadores do evento, algumas músicas de protesto de Hasél, aplausos dos ativistas presentes e ergueram-se bandeiras do Partido Comunista Português e do Movimento Internacional Antifascista. Mais de 50 artistas portugueses assinaram a petição que exige a libertação do músico.

A manifestação decorreu sem incidentes e contou com vários agentes da polícia que verificaram se as medidas de segurança estavam a ser respeitadas. Todos os manifestantes tinham máscara de proteção e cumpriram o distanciamento necessário, dado o contexto de pandemia da Covid-19.

O promotor e militante da União Antifascista Portuguesa, Luís Lisboa, afirmou ao JPN, que a propagação do ódio incentivado pela extrema-direita é um fenómeno global e que coloca em causa a democracia, a cultura e a liberdade de expressão.

“Espanha, em pleno século XXI, tem ainda leis que permitem aprisionar, encarcerar, prendar pessoas que injuriam a monarquia. Supostamente, é uma democracia, mas continua a ser um sistema opressor que contempla o direito de uma família ser superior a toda a nação”, disse.

Nadine Santos, gestora de projetos e militante da UAP, considerou ser urgente combater a “bolha de censura” que se faz sentir em muitos países e é necessário que as pessoas e artistas se façam ouvir.

“O povo tem que falar. Não pode ficar atrás dos computadores, das paredes do quarto, presos à televisão e aos media tradicionais. Temos que vir cá para fora e não ter medo de dar a voz“, apelou.

Pablo Rivadulla Duró, mais conhecido por Pablo Hasél, de 33 anos, foi condenado a nove meses de prisão por ser acusado pelo Tribunal, de insultar a monarquia de “fascista”, incentivar o terrorismo e criticar as forças policiais espanholas. 

Artigo editado por João Malheiro