A comitiva portuguesa entra esta quinta-feira em ação nos Europeus de Atletismo em Pista Coberta. A segunda maior delegação portuguesa de sempre leva 16 atletas a competir em Torun, na Polónia.

Os Campeonatos Europeus em Pista Coberta de 2021 lançam uma época muito preenchida para o atletismo. Depois terem sido adiados, os Jogos Olímpicos de Tóquio vão acontecer, se tudo correr como esperado, no verão, e toda a preparação é pouca para os atletas atingirem os Jogos na melhor forma possível.

A comitiva portuguesa de atletismo tem nomes capazes de conquistar medalhas em qualquer prova, europeia ou mundial. Auriol Dongmo, do lançamento do peso, é uma atleta naturalizada portuguesa depois de ter já competido pelos Camarões nas olimpíadas de 2016. Tem neste momento a melhor marca europeia, e é uma das favoritas ao pódio.

Seguindo na rota dos atletas naturalizados, temos ainda Pedro Pichardo, um dos melhores triplo-saltadores da história. Nasceu em Cuba, mas veio para Portugal para assinar pelo SL Benfica em 2017 e acabou mesmo conseguir a nacionalidade portuguesa. Compete pelo país desde 2019. Foi em 2015 que saltou para a quinta melhor marca de sempre, 18,08m, apenas um de sete atletas a passar a marca dos 18 metros. Tem também a melhor marca europeia do ano.

Patrícia Mamona é a outra atleta com aspirações reais a uma medalha. Ao longo da sua carreira tem já uma medalha de ouro e outra de prata nos Europeus ao ar livre, e, neste ano, fez o terceiro maior salto de todas as atletas europeias.

Na globalidade, é uma comitiva com pouca experiência, sendo que 11 dos 16 atletas são estreantes. Apesar da maioria serem corredores (12), são precisamente os especialistas nas restantes modalidades que têm mais esperanças de alcançar o pódio. Para além de Dongmo, Pichardo e Mamona, há ainda Francisco Belo, também ele do lançamento do peso, que, com a décima melhor marca europeia do ano, pode também almejar a um resultado significativo.

A prova acontece desde 1970, quando sucedeu aos antigos Jogos Europeus de pista coberta. Em 1990 passou a acontecer de dois em dois anos, tendo sido anual até aí. Portugal conquistou, ao todo, 24 medalhas, com 12 de ouro, nove de prata e três de bronze. Apesar do máximo de medalhas conquistadas numa só edição ser ainda três (1998, 2002), a comitiva portuguesa não volta para o país de mãos a abanar desde 1992.

Nos últimos anos, o grande destaque tem sido Nélson Évora, que conseguiu o ouro em 2015 e 2017, e conquistou a única medalha portuguesa na última edição, com a prata em 2019. Patrícia Mamona é a única atleta a participar este ano que tem já um pódio no seu palmarés. Conquistou a medalha de prata em 2017, na prova de triplo salto.

Auriol Dongmo entra já em ação esta quinta-feira, com a prova de qualificação para a final do lançamento do peso. Tem hora marcada para as 19h15 horas locais, menos uma no território nacional. Conseguindo a qualificação, disputa a final na sexta-feira, às 18h06 de Portugal Continental.

Pedro Pichardo tem a sua prova de qualificação marcada para as 10h11 locais de sexta-feira, com a final no domingo às 10h50, 9h50 nacionais. Já Patrícia Mamona, na prova feminina, vai tentar qualificar-se na sexta-feira às 11h05 hora portuguesa, com a final de domingo às 16h20 sempre em mente.

Esta quinta-feira, que começa com a cerimónia de abertura às 17h30, horas portuguesas, conta ainda com as qualificações dos 1500 metros femininos, com a presença da jovem Mariana Machado, filha da atleta olímpica Albertina Machado, e ainda dos 3000 metros masculinos, prova em que participam Isaac Nader e Samuel Barata.

Artigo editado por João Malheiro