O serviço de informações de segurança da Alemanha colocou o partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD) sob vigilância policial, sob a alegação de provocação de um aumento dos ataques à ordem democrática, noticiou a imprensa local, na quarta feira passada. A decisão permite seguir as suas atividades e até escutar comunicações entre os seus militantes.

Thomas Haldenwang, presidente do Gabinete Federal para a Proteção da Constituição, informou os ramos regionais do serviço de informações de segurança de que o partido foi classificado como sendo um “caso suspeito“, asseguram a agência de notícias DPA e o jornal “Der Spiegel”.

A suspeita já pairava sobre a organização juvenil da AfD e sobre as filiais do partido em quatro dos 16 estados da República federal. Agora, estende-se ao partido no seu todo. Segundo a revista alemã “Der Spiegel”, ficam de fora da vigilância os deputados dos parlamentos regionais, nacional e europeu e candidatos às eleições mais próximas.

Tomada no final da semana passada, esta decisão surge numa altura e circunstancia muito sensível,  uma vez que a Alemanha está a sete meses das eleições legislativas. Com as eleições marcadas para setembro próximo e já anunciada a partida da chanceler ao fim de 16 anos no poder, a disputa política promete aquecer, em 2021. A AfD tem 8 a 11% nas sondagens.

Merkel é defensora do “cordão sanitário” contra a direita radical, que a direita democrática tem deixado cair em vários países. O AfD, criado em 2013, passou a ter assento parlamentar em 2017, representando a primeira força de oposição aos conservadores, da chanceler Angela Merkel, e aos social-democratas, no poder.

O partido, que aumentou o seu número de seguidores com posições contrárias à política de migração da chanceler, está, atualmente, dividido por guerras internas e a perder força nas sondagens.

Artigo editado por João Malheiro