O Boavista deixou cair a "lanterna vermelha" e subiu ao 14.º lugar da Liga depois de bater, este sábado, o FC Famalicão, por 3-0. Para Jesualdo Ferreira, este foi o Boavista "mais equilibrado" desde que chegou ao comando técnico da equipa.

Num duelo intenso entre “aflitos”, o Boavista FC venceu, este sábado, de forma concludente o FC Famalicão, por 3-0, e subiu, ainda que provisoriamente, à 14.ª posição da tabela. Ricardo Mangas abriu o marcador que Sebastian Pérez fecharia já nos instantes finais da partida. Pelo meio, Paulinho arrancou um grande golo e saiu do Bessa com o título de homem do jogo.

Jesualdo Ferreira, técnico boavisteiro, apostou num sistema tático de 4-2-3-1, com o lateral Reggie Cannon a ser novidade no onze inicial. Já o FC Famalicão foi a jogo em 4-3-3, com Riccieli e Gil Dias a serem apostas do treinador Jorge Silas. Destaque para Lukovic, outra novidade no onze famalicense, que substituiu o médio Gustavo Assunção, lesionado momentos antes da partida.

Pantera tem “pano para Mangas”

O jogo começou com grande intensidade e a primeira grande oportunidade de golo pertenceu à formação axadrezada, que logo no primeiro minuto protagonizou um grande ataque: combinação entre Sauer e Angel Gomes, com o avançado luso-inglês a rematar contra o poste da baliza famalicense.

Poucos minutos depois, foi a vez de o Famalicão ameaçar a baliza axadrezada, com Gil Dias a soltar-se da marcação de Ricardo Mangas e a rematar, de fora de área, com força à malha lateral.

As “panteras” mostravam-se mais ameaçadoras e mais próximas de abrir o marcador, o que acabaria por acontecer aos 17 minutos, pela cabeça de Mangas. Num canto a favor da equipa da casa, foi o lateral boavisteiro que aproveitou para desfazer o nulo, na ressaca de um desvio de Chidozie.

Os comandados de Silas não se acanharam e partiram em busca do golo do empate. A primeira chance de igualar o marcador esteve nos pés de Lukovic que, através de um livre direto, rematou com grande estrondo para uma boa intervenção de Léo Jardim. Minutos depois, foi a vez de Rúben Vinagre perder uma boa oportunidade de golo. Após uma grande jogada individual a furar a defensiva boavisteira, o lateral famalicense enviou a bola à barra da baliza “axadrezada”.

O encontro ia-se desenrolando num modo bastante disputado, com ambas as equipas a protagonizarem um estilo de jogo físico e combativo e com saídas em contra-ataque. 

À passagem do minuto 41, Ricardo Mangas recebeu a bola dos pés de Chidozie, conduziu-a e cruzou-a para a entrada da pequena área onde surgiu Alberth Elis. O avançado hondurenho embrulhou-se na hora da finalização e conseguiu mesmo fazer o mais difícil, falhando o alvo com a baliza aberta.

O Boavista desperdiçava assim a oportunidade de dilatar a vantagem ainda antes do intervalo.

Eficácia a fazer valer os três pontos

A segunda metade do encontro começou com um Famalicão em alta voltagem e logo ao minuto 50, Alexandre Guedes teve nos seus pés uma oportunidade flagrante de igualar a partida. O avançado ex-Vitória SC aproveitou uma desatenção da defensiva boavisteira, mas rematou ao poste quando se encontrou cara a cara com o guardião das panteras.

O Famalicão continuava a correr atrás do golo e o técnico Jorge Silas apostou numa dupla alteração, com Kraev e Anderson a tomarem os lugares de Lukovic e de Heriberto Tavares, que saiu visivelmente descontente. Dois minutos após a alteração e num canto favorável à equipa do Famalicão, os dois novos elementos em campo quase faziam o empate para os visitantes, mas depois de um primeiro cabeceamento de Anderson, Kraev chegou atrasado ao segundo poste e não conseguiu introduzir a bola na baliza.

Os famalicenses viam as suas chances desperdiçadas, enquanto que as “panteras” aproveitaram para dilatar a vantagem pelos pés de Paulinho. Uma grande jogada individual do homem do jogo, que furou toda a defesa visitante para fazer o gosto ao pé.

Mesmo com uma diferença de dois golos, o conjunto famalicense não arredou pé e, na sequência de um novo canto, foi a vez de Ugarte rematar para uma grande intervenção de Léo Jardim. O guardião axadrezado a mostrar-se novamente presente e a fazer ver a sua importância na partida.

Poucos momentos depois, Ugarte voltava a estar em destaque por conta de uma entrada dura sobre Nuno Santos. André Narciso deixou o jogo seguir, num primeiro momento, mas acabaria por mostrar o vermelho direto ao médio uruguaio, após consultar o videoárbitro. Já com 10 jogadores em campo, os índices de motivação e estabilidade emocional alteraram-se no conjunto famalicense, que nunca mais conseguiu protagonizar grandes lances de perigo, acabando mesmo por sofrer o terceiro e último golo nos instantes finais da partida.

Num cruzamento proveniente dos pés de Hamache, surgiu ao primeiro poste o recém-entrado Sebastian Pérez, que num pequeno toque enviou a bola para o fundo das redes, carimbando o tento final do encontro. Uma vitória categórica de um Boavista eficaz e com garra, que escalou, assim, à 22.ª jornada da Liga, para o 14.º lugar. Já o Famalicão vê-se agora relegado para a penúltima posição da tabela.

Jesualdo busca a “estabilidade emocional”

Após o encontro, Jesualdo Ferreira afirmou que “este foi o Boavista mais equilibrado” desde que o mesmo assumiu o comando técnico. Revelou ainda que este é um momento para a equipa obter “uma maior estabilidade emocional” de modo a conseguir resultados positivos. Resultados esses que “não é a qualidade individual que os vai dar”, disse ainda o técnico.

Já Jorge Silas, técnico do conjunto famalicense, mencionou as baixas importantes de Patrick e de Gustavo Assunção no onze inicial. Destacou também as fragilidades defensivas da sua equipa, que valeram os golos do Boavista: “Mais do que ideias, faltou-nos agressividade defensiva”, afirmou o técnico.

No próximo sábado (dia 13), o Boavista FC desloca-se ao Estádio da Luz para defrontar o SL Benfica, equipa que os axadrezados bateram na primeira volta. Já o FC Famalicão recebe, no dia 15, segunda-feira, o consistente e motivado SC Braga, que carimbou recentemente a passagem à final da Taça de Portugal e já não perde há oito jornadas para o campeonato.

Artigo editado por Filipa Silva