A festa portuguesa começou ainda antes deste fim de semana, com Auriol Dongmo, atleta do lançamento do peso, a conquistar, pela primeira vez, uma medalha internacional por Portugal, esta sexta-feira. Havia vencido a qualificação no dia anterior, mas não se ficou por aí.

Liderou a prova do início ao fim, salvo exceção quando a segunda classificada Fanny Roos a ultrapassou na quinta e penúltima tentativa. Contudo, Dongmo, logo a seguir, voltou a fazer melhor, com uma marca de 19,34 metros. E foi esse lançamento que lhe valeu o ouro e a possibilidade de entoar de peito cheio “A Portuguesa”.

Já a prova de Pedro Pablo Pichardo teve, ligeiramente, menos emoção. O cubano internacionalizado português era claramente o favorito e mostrou isso desde o início da final. O triplo saltador fez à primeira tentativa uma marca que garantia, no mínimo, o pódio, com 17 metros e 30 centímetros. No final de contas, acabou mesmo por ser mais que suficiente para a vitória, com uma vantagem de 26 centímetros para o segundo classificado. Estava garantido o segundo ouro para Portugal.

Enquanto que o triplo salto masculino não teve grande história, o feminino foi o completo oposto. Pichardo ganhou por quase 30 centímetros, mas o pódio das mulheres esteve todo separado por apenas um centímetro. Patrícia Mamona era uma das favoritas e conseguir confirmar essa esperança de dar o terceiro ouro inédito a Portugal, ainda que não sem vários sustos.

A portuguesa começou a prova com dois bons saltos nas duas primeiras tentativas, conseguindo a liderança. Mas ao terceiro salto, Neele Eckhardt ultrapassou-a com o seu recorde pessoal de 14,52 metros. Mamona precisava de responder à altura, e nessa mesma tentativa consegue saltar um centímetro a mais que a alemã, uma marca de 14,53 metros, um recorde tanto pessoal como nacional.

A alemã fez saltos nulos nas três últimas tentativas, mas a espanhola Ana Peleteiro ainda animou a prova com uma grande marca no seu último salto. Ainda assim, ficou, tal como a alemã, a apenas um centímetro de Patrícia Mamona, a nova campeã europeia de triplo salto em pista coberta.

Destaque ainda para Francisco Belo no lançamento do peso e Carlos Nascimento nos 60 metros que, apesar de não terem conseguido chegar ao pódio, fizeram ambos as melhores marcas pessoas, recorde nacional também para Belo, ficando no quarto e quinto lugar, respetivamente.

No final de contas, são os melhores europeus de sempre para Portugal. Por duas vezes já haviam sido conquistadas três medalhas, mas ambas vezes com duas de prata e “apenas” uma de ouro, em 1998 e 2002. O máximo de ouros conquistado era dois, em 1996, por Carla Sacramento e Fernanda Ribeiro.

Artigo editado por João Malheiro