O Presidente da República nomeou a escritora Lídia Jorge para o Conselho de Estado. A romancista vai ocupar o lugar de Eduardo Lourenço, falecido em dezembro.

Em declarações ao JPN, Lídia Jorge acredita que esta nomeação tem um “poder simbólico no que diz respeito à representatividade das mulheres na intervenção política” e que a nomeação de Marcelo Rebelo de Sousa foi no sentido de assegurar “uma maior diversidade de sensibilidades” no Conselho de Estado.

Sobre a presença de perspetivas femininas neste órgão, a escritora afirma que “o mundo que aí está, repleto de contradições e violência, competição desenfreada, e dificuldade no diálogo, ganha se as mulheres trouxerem para o debate uma cultura de consenso, atenção a todos, e não só aos vencedores, e introduzirem nas decisões políticas o sentimento da compaixão”.

Aos 74 anos, Lídia Jorge é a autora de mais de uma dezena de romances – de que é exemplo “A Costa dos Murmúrios”, adaptado ao cinema num filme de Margarida Cardoso -, tendo também escrito contos, livros infantis, de ensaio, poesia, teatro e crónica. É vasta a lista de prémios que já conquistou, os quais incluem o Prémio Jean Monet de Literatura Europeia, para Escritor Europeu do Ano (2000), o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (2002) ou o Prémio Virgílio Ferreira (2015).

Esta segunda-feira (8), numa nota publicada no site da Presidência da República, para assinalar o Dia Internacional da Mulher, o Presidente da República referiu que no seu segundo mandato terá 62% de mulheres entre os consultores da sua Casa Civil.

Lídia Jorge é a única novidade entre as nomeações do Presidente da República para o Conselho de Estado, que tomou posse para o segundo mandato esta terça-feira. Foram reconduzidos António Lobo Xavier, antigo dirigente do CDS-PP, o professor António Damásio, o antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes e Maria Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud.

Além das cinco pessoas nomeadas pelo Presidente da República, o Conselho de Estado tem outros 14 elementos.

Artigo editado por Filipa Silva