O Fórum da Maia tem disponíveis, desde o dia 4 de março, dez lugares de estacionamento dedicados à mobilidade elétrica. O espaço, o maior de acesso público no país segundo o município, é mais uma iniciativa do projeto BaZe | Living Lab Maia – Net Zero Carbon City, no âmbito do programa Ação Veículo Elétrico e Modos Suaves, promovido pela Câmara e co-financiado pelo Fundo Ambiental.

Neste eletric-hub (e-Hub), localizado junto à Câmara Municipal da Maia, estão disponíveis nove pontos de carregamento, um dos quais permite um carregamento rápido, ou seja, é possível carregar o equivalente a 100 quilómetros de autonomia em cerca de meia hora. De acordo com o site oficial do projeto BaZe, a longo prazo está prevista a disponibilização de “pontos de carregamento adicionais, no Parque Central, e a instalação de infraestrutura interna de carregamento, ao serviço da frota da Câmara Municipal, no contexto da substituição da sua frota”.

O presidente da Câmara da Maia, António Silva Tiago, deseja que a Maia seja “a primeira cidade do país a atingir a neutralidade carbónica. Ao abrirmos o e-Hub, o maior do país, estamos a apostar na reconversão energética”, lê-se na página oficial do município.

A remodelação do parque permite também, no futuro, a instalação de dois postos de carregamento para veículos movidos a hidrogénio. “O próprio e-Hub tem um espaço reservado para se poder introduzir essa solução, assim que existam parceiros disponíveis e, do ponto de vista tecnológico, a solução esteja mais desenvolvida”, explicou a diretora do Núcleo de Estratégia, Desenvolvimento e Inovação (NEDI) da Maia, Marta Moreira, em entrevista ao JPN.

Para breve, está ainda prevista a instalação de um Quiosque Sustentável, na praça entre o edifício da Câmara Municipal da Maia e os lugares de carregamento das viaturas, destinado a dar apoio aos utilizadores, para que estes “possam sentar-se um pouco, tomar um café, comprar um jornal, enquanto o veículo carrega”, ilustra Marta Moreira. A utilização do quiosque, construído a partir de resíduos industriais não perigosos e equipado com painéis fotovoltaicos, não será exclusivo a utilizadores do e-Hub.

“É um espaço coletivo”, “que contribua para uma maior utilização daquela praça e ao mesmo tempo também contribua para o impacto global do projeto Baze”, com foco para os “princípios da economia circular”, esclareceu Marta Moreira, uma das responsáveis pela coordenação geral do projeto BaZe.

Quanto ao estacionamento indevido no parque, isto é, a ocupação dos lugares de estacionamento dedicados a veículos elétricos por outras viaturas, será fiscalizado. “Infelizmente. [O parque] ainda não está sistematicamente a ser usado, mas já reparámos nisso [utilização indevida]”, ”estamos com os nossos serviços [de fiscalização] a resolver a situação”, frisou Marta Moreira.

A estrutura do Quiosque Sustentável vai contar ainda com um jardim vertical: “Tem vários elementos que pretendem ser demonstrativos de algumas das soluções que entendemos determinantes para o futuro das construções e os princípios da eficiência energética e da economia circular”, enaltece Marta Moreira.

O projeto Baze, abreviatura de Balanço Zero, desenvolvido pelo Living Lab Maia, visa incentivar e concretizar a descarbonização do concelho através de soluções tecnológicas que aumentem a eficiência de equipamentos e reduzam o consumo de energia, como é o caso do e-Hub.

O método de trabalho dentro do projeto BaZe é igualmente diferenciador das estruturas habituais de serviços públicos que, segundo Marta Moreira, dificultam o trabalho colaborativo e experiências laboratoriais como esta. O BaZe assenta em cinco pacotes de trabalho associadas às áreas temáticas – por exemplo, Energia, Mobilidade e Economia Circular e Ambiente – e, apesar de cada uma estar dividida internamente em ações, todas se interligam através da coordenação geral. “Estamos convictos que apenas trabalhando em prol de tornar a administração numa entidade mais colaborativa e capacitada para a execução de projetos colaborativos teremos melhores resultados”, salienta a diretora do NEDI.

“Sabemos que a transição para uma sociedade pós-carbono não poderá ser concretizada se não existir um envolvimento por parte da comunidade”, reflete Marta Moreira que assim justifica a existência de um pacote de trabalho dedicado à sensibilização e participação social.

A longo prazo será produzida uma plataforma interativa e integradora para mostrar os resultado da análise da viabilidade das várias iniciativas e o potencial de alargar a escala dos mesmos. Este guia fica a cargo do pacote de trabalho mais transversal de todos: Monitorização e Avaliação de Resultados. “Vai gerar informação que permite ajudar no processo de sensibilização e participação social”, conclui Marta Moreira.

Artigo editado por Filipa Silva