Foi esta quarta-feira apresentada, em Bruxelas, a proposta da criação de um documento que indicará se o passageiro foi vacinado, se já recuperou ou se teve resultado negativo no teste à Covid-19, de forma a evitar que os países imponham testagem ou quarentenas obrigatórias. O objetivo principal é retomar as viagens durante a temporada do verão e salvar o setor turístico. A proposta foi inicialmente apresentada pelo primeiro-ministro grego, Kyriákos Mitsotákis, e foi depois apoiada pelo chefe de Governo português, António Costa.

O documento será válido enquanto a pandemia durar, gratuito, opcional e pode também ser apresentado em formato digital. Vai constar um código QR, o nome, apelido, data de nascimento do passageiro e dados sobre a vacina. No entanto, já vários especialistas admitem que o documento vai contra valores éticos, por criar uma “distinção” entre passageiros.

De acordo com o comissário europeu com a pasta da Justiça, Didier Reynders, “a confiança é um elemento muito importante durante uma pandemia. Por isso quisemos evitar a fragmentação, e propor uma nova ferramenta com vários elementos para estabelecer um sistema comum e que garante que os cidadãos podem viajar livremente e em segurança, sem restrições e sem discriminação”, justificou.

Bruxelas quer implementar a medida até ao final do mês de Junho, mas terá ainda que ser aprovada pelo Parlamento Europeu e pelos 27 estados-membros.

Até agora, fica por explicar de que forma as pessoas poderão deslocar-se entre países, de carro, uma vez que o certificado só é válido para deslocações aéreas e o encerramento das fronteiras não está em cima da mesa.

Durante a conferência de imprensa, foi também estipulado um plano coordenado que pretende levantar as medidas restritivas, consoante a evolução da situação epidemiológica.

Artigo editado por João Malheiro