Perante o que consideram ser uma “ameaça sem precedentes na História da Humanidade”, um movimento de estudantes ambientalistas escreveu a carta aberta do Ensino Superior pelo Clima dirigida aos “líderes de instituições portuguesas de ensino superior”. A iniciativa foi do grupo AmbientalIST, composto por universitários do Instituto Técnico Superior, em Lisboa, que partilhou o documento através das suas redes sociais na sexta-feira (17).

Os estudantes dizem-se “descontentes com a inação das suas instituições de ensino” relativamente à crise ambiental e pedem “a declaração de emergência climática” e “o seu compromisso para o alcance da neutralidade carbónica até 2030”.

Por consideram as instituições de ensino superior “polos de mudança e de pensamento crítico e racional”, pedem que estas se situem na “linha da frente” da resposta à crise climática.

 

Apesar de reconhecerem que são necessárias mudanças ao nível governamental no país e no mundo para travar os efeitos da crise, os universitários sublinham que “a chave para a mudança global passa também pelo investimento a nível local”, sendo que “só uma sociedade constituída por comunidades com um forte sentido de dever social e ambiental se poderá aproximar da justiça climática”. Na perspetiva do grupo, “as faculdades e as suas políticas têm uma importância e impacto que não devem ser subestimados”.

A carta aberta do Ensino Superior ao Clima vem “revitalizar” a luta estudantil contra as alterações climáticas. Pretende, com as reivindicações feitas, “aproximar Portugal do previsto pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas” – que prevê que a neutralidade carbónica deve ser alcançada a nível global até 2050 para evitar o colapso climático – “como necessário para alcançar os objetivos expostos no Acordo de Paris”. Os estudantes referem ainda que os objetivos propostos estão em conformidade com medidas que já estão a ser aplicadas em instituições de ensino de outros países.

Até esta quarta-feira (17), o documento foi assinado por 504 estudantes e 53 grupos estudantis de todo o país.

Artigo editado por Filipa Silva