O Governo de Espanha concordou com a proposta apresentada no início do ano pelo partido de esquerda Más País, que permite às empresas implementarem horários de trabalho mais reduzidos. A ideia principal, é que as instituições adotem um regime laboral de 32 horas semanais, sem redução salarial.

Os pormenores vão ser ainda discutidos com o Governo, mas o partido já propôs um investimento de 50 milhões de euros em três anos, de forma a garantir às empresas o teste desta diminuição da carga horária. No país, a Software Delsol foi a primeira empresa espanhola a adotar os quatro dias de trabalho por semana.

Em contexto de pandemia, o debate voltou a ser levantado, numa altura em que os que concordam com a medida afirmam que é benéfica, quer para produtividade, para o ambiente, como para a saúde mental.

O Secretário-geral da União Geral de Trabalhadores (UGT), Pepe Álvarez, concorda com a nova jornada semanal de quatro dias e acredita que alargar o período de formação pode abrir portas a mais empregos.

Por outro lado, há quem veja a medida como insustentável. Florentino Felgueroso, investigador associado da Fundação de Estudos de Economia Aplicada (Fedea), considera que a mudança não deve ser implementada via legislação, mas sim, através de debates coletivos ou pelo trabalho parcial. “O que pode ser bom para algumas empresas não é bom para outras”, justificou.

A ideia das quatro horas semanais de trabalho tem vindo a ganhar espaço, como é o caso na Nova Zelândia ou na Alemanha, e pode vir a influenciar outros países na mudança.

Artigo editado por João Malheiro