Pena máxima para o empresário chinês que, em 2019, ordenou a destruição do seu apartamento, com recurso a fogo posto, para expulsar os inquilinos que viviam na habitação, situada na Rua Alexandre Braga, número 100, na Baixa do Porto. Chenglong Li foi julgado e condenado, pelo Tribunal do Porto, a 25 anos de prisão, de acordo com a sentença lida esta quinta-feira (18).

O incidente, ocorrido na madrugada de 2 de março de 2019, foi o segundo incêndio num espaço de dias, e resultou na morte de António Gonçalves, de 55 anos. A família da vítima ficou desalojada e deu conta que as pressões e ameaças verbais, por parte do proprietário, já duravam há algum tempo.

O proprietário do prédio, adquirido em 2016, queria vender o imóvel. O único entrave era a família inquilina, que vivia num dos pisos há 50 anos e que não queria sair.

A pena atribuída ao empresário de nacionalidade chinesa e detentor de visto “gold” resulta do cúmulo jurídico de vários crimes, entre eles dois de incêndio – um consumado e outro tentado – e um homicídio qualificado. Chenglong Li foi também condenado a mais de 200 mil euros em indeminizações.

O julgamento no Tribunal Criminal de São João Novo englobou, para além do empresário, mais três portugueses coarguidos, cujo alegado envolvimento não foi considerado provado. Ainda assim, foram condenados a uma pena suspensa de 9 meses de prisão.

Para além dos crimes pelos quais foi julgado, estava também em causa uma acusação de branqueamento de capitais. O crime em questão envolvia Chenglong Li e a sua mulher, mas ambos foram ilibados.

Artigo editado por Filipa Silva