A sessão solene que asinalou os 110 anos da Universidade do Porto (UP) serviu quase como um apanhado do ano atípico que a instituição viveu. Os discursos refletiram um feedback positivo na resposta à Covid-19 por parte da UP, mas apontaram também para a necessidade de melhorias, após um ano que expôs fragilidades.

O Orfeão Universitário do Porto abriu o evento com uma atuação gravada. Ana Gabriela Cabilhas, presidente da Federação Académica do Porto, descreveu a Universidade como a “casa construída sobre os pilares do conhecimento, do ensino, da investigação e da inovação”. A representante dos estudantes evidenciou o reconhecimento do sistema científico por parte da sociedade, devido à situação pandémica atual. Relativamente à educação, a presidente da FAP acredita que o novo coronavírus revelou algumas das suas fragilidades, algo que a UP deve ter atenção no futuro, considerou.

Ana Gabriela Cabilhas elogiou os estudantes da Universidade do Porto e a sua resiliência e adaptação a este ano atípico. Fez ainda uma promessa ao reitor da UP, explicando que as associações académicas e a FAP vão refletir sobre as melhorias necessárias na instituição, em dimensões como a “arquitetura dos espaços”, a “organização do trabalho”, desenvolver a “transformação digital”, “redesenhar a experiência pedagógica”, “fomentar o desenvolvimento de competências pedagógicas do corpo docente” e melhorar a “comunicação interna entre docente-estudante”.

Artur Santos Silva, presidente do Conselho Geral da Universidade do Porto, garantiu o profissionalismo por parte da UP na resposta à pandemia – “preparou-se rapidamente um sistema de ensino à distância e de teletrabalho que permitiu que se cumprissem os programas curriculares e se garantissem os serviços essenciais da universidade”, referiu -, salientando o papel do ISPUP (Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto).

Ainda antes da atribuição dos Prémios Incentivo, do Prémio Cidadania Ativa, do Prémio Excelência na Investigação Científica e da Proclamação de Professores Eméritos, ouviu-se o discurso de Alice Ribeiro, representante dos trabalhadores da Universidade do Porto. As suas palavras foram, à semelhança dos restantes oradores, também de apelo à força da Universidade do Porto. Mais especificamente, à união de toda a comunidade para o funcionamento da instituição. Mesmo com toda a  “instabilidade e necessidade de mudança constante”, algumas alterações foram necessárias para a evolução do ensino. Nomeadamente o teletrabalho, que ajuda a “conciliar a vida profissional com a vida familiar”.

Após a atribuição dos Prémios, foi a vez de o Reitor da Universidade do Porto dar o seu parecer. Ressalvou os esforços da comunidade académica, tendo o ano de 2020 sido “um ano de intensa atividade na Universidade do Porto”. António de Sousa Pereira referiu que o importante agora é pensar no futuro da UP. Destacou o dinamismo e empenho dos investigadores, mesmo em situação pandémica. Terminou o seu discurso a salientar o sucesso da Universidade do Porto nos rankings internacionais e a explicar que “é altura de aplicar esta resiliência [ganha no combate à pandemia] em novos desígnios e horizontes ajudando a ultrapassar tempos tão sombrios”.

O Orfeão Universitário do Porto encerrou o evento, após o discurso de Paulo Macedo, presidente da Comissão Executiva da Caixa Geral de Depósitos e Representante da Universidade do Porto no Advisory Board da EUGLOH. Algumas das palavras que deram como encerrada a sessão solene foram relativas à exigência da Universidade do Porto: “A exigência da entrada da UP muitas vezes mostra-se na saída da mesma“. Ainda assim, o orador convidado chamou à atenção para alguns aspetos a melhorar na instituição, tal como uma maior interação com a sociedade e mais empreendedorismo nos variados cursos.

Artigo editado por Filipa Silva