Apresentado esta segunda-feira, em reunião camarária, o cartão “Porto.” apresenta benefícios para quem tem domicílio fiscal ou é estudante com casa/quarto arrendado na cidade. O vice-presidente da autarquia, Filipe Araújo, frisou que o objetivo é “unir a cidade” e “facilitar a interação” entre o município e aqueles que vivem na Invicta, criando uma “relação umbilical”.

Os moradores do Porto passam a ter um desconto de 50% no Teatro Rivoli, no Teatro do Campo Alegre, em todas as atividades organizadas pelos serviços culturais, bem como entrada gratuita em todas as estações do Museu da Cidade. É ainda possível visitar os Paços do Concelho, gratuitamente, mediante marcação prévia. O cartão “de identidade” municipal oferece ainda um desconto de 50% nas piscinas municipais e o acesso às instalações e prática de modalidade. Os munícipes que aderirem ao cartão têm acesso prioritário aos créditos de inscrição em atividades, workshops e oficinas dos serviços de educação ambiental.

Para aceder ao cartão, que fica disponível no dia 5 de abril, os munícipes têm de preencher um formulário online, através de um website que será disponibilizado brevemente, segundo a autarquia: www.cartao.porto.pt. Em alternativa, para aderir, igualmente, de forma gratuita, os munícipes podem dirigir-se “presencialmente” aos serviços abrangidos pelo programa, ou seja, deslocar-se ao Gabinete do Munícipe, às bibliotecas municipais do Porto, ao Teatro Municipal do Porto – Rivoli ou às piscinas municipais, como informou Filipe Araújo.

A introdução do cartão pode também desempenhar um papel importante no que diz respeito à mobilidade sustentável. Entre vários descontos, o cartão permite a utilização gratuita do elevador do Funicular dos Guindais e oferece 50% no aparcamento de bicicletas no Parque da Cidade. A partir de junho, o cartão será também um “Andante 13.18” – isto é, um título de transporte gratuito para utilizadores até aos 18 anos, para os jovens estudantes residentes na cidade -, sendo necessária a ativação na página do cartão “Porto.” na internet.

O anúncio foi feito no Dia Mundial da Água, pelo que não faltou a referência a outro desconto proporcionado pelo “Porto.”: 50% na entrada do Pavilhão da Água. Para já, o acesso a este e outros serviços está sujeito às regras de desconfinamento em vigor. Contudo, o também vereador responsável pelo pelouro da Inovação e Ambiente, acredita que o lançamento do cartão nesta altura e os benefícios associados são “um forte incentivo para que as pessoas voltem a utilizar estes serviços todos que o município disponibiliza”.

Outra funcionalidade deste projeto, para o qual está a ser desenvolvida uma aplicação móvel, pretende melhorar a comunicação entre a autarquia e os munícipes. Um sistema de avisos enviados por mensagem para o telemóvel, permitiria ao munícipe ser informado sobre alterações de trânsito, cortes de via, condicionamentos de estacionamento ou avisos meteorológicos, de uma forma célere. “É um serviço gratuito apenas para os munícipes que expressamente queiram aderir. Com esta funcionalidade ativa, em tempo real e num formato simples e rápido, são enviadas SMS com a informação mais relevante do Município do Porto para cada munícipe em concreto, tendo em conta, designadamente, a sua área geográfica de residência”, precisou Filipe Araújo.

Um cartão em construção, mas 100% público

Pensado como uma “vantagem competitiva”, principalmente a nível cultural, Rui Moreira justifica a criação do cartão. “Esta é uma discriminação positiva a favor dos munícipes do Porto e segue o princípio já aplicado em muitas cidades italianas, onde este modelo é praticado. Não desvalorizando preços que, a nosso ver, são muito competitivos, permitirá que os munícipes tenham efetivamente uma série de vantagens”, esclareceu o presidente da Câmara do Porto.

Rui Moreira descartou, no entanto, parcerias com o setor privado, ou seja, os serviços abrangidos pelo cartão têm de ser de gestão pública. “Não estamos a fazer uma ligação ao setor privado. Não estamos a fazer um cartão de descontos comerciais. Isso não o fazemos. Podemos, isso sim, associar posteriormente o cartão a outras instituições da cidade de natureza pública ou fundacional”. Mais ainda, o presidente da Câmara Municipal do Porto reforçou que se trata de um modelo aberto, logo, a população pode sugerir outros serviços que deseje ver incluídos.

O consenso sobre o caráter público da iniciativa apresentada foi alargado e mereceu elogios, quer do socialista Manuel Pizarro, quer do vereador do PSD. Álvaro Almeida, enalteceu o facto da autarquia apresentar o cartão aberto a sugestões de melhoria e à inclusão de mais serviços a longo prazo. A vereadora Ilda Figueiredo, da CDU, também elogiou o lançamento do cartão e afirmou que este é um “passo importante” para a autarquia “dar benefícios a quem é do Porto”, lembrando que se trata de mais um incentivo para os portuenses participarem nas diferentes atividades e equipamentos da cidade.

Artigo editado por Filipa Silva