Falta cada vez menos para o reacender da tocha olímpica. Tóquio é a cidade anfitriã que, dentro de cinco meses, será a sede mundial da elite desportiva. Dentro dessa categoria, estão já confirmados 38 atletas portugueses motivados e ambiciosos a competir em dez modalidades diferentes.

A canoagem tem sido uma das disciplinas mais ascendentes no panorama olímpico português e daqui se esperam grandes resultados.

Fernando Pimenta já teve o prazer de receber uma medalha. O canoísta de 31 anos, natural de Ponte de Lima, vê em Tóquio 2021 um desafio grande, mas não maior pelos tempos em que o mundo vive. “A nossa performance depende exclusivamente do nosso treino. Normalmente treino sozinho e estou muito habituado a competir sem ninguém à minha beira. Ninguém vai sair beneficiado nem prejudicado pela Covid-19“, referiu o atleta.

Pimenta já se sente habituado a competir e a treinar com regras apertadas. No ano passado, competiu na Taça do Mundo de Velocidade em Canoagem. O canoísta conquistou a 98.ª, 99.ª e 100.ª medalhas internacionais da sua carreira ao conquistar o primeiro lugar em K1 1000 e K1 5000 metros e o segundo em K1 500. Tudo isto em circunstâncias pandémicas. O que corrobora a sua tese: “O ser humano tem a capacidade de se adaptar a várias adversidades. Em qualquer competição, vence o mais rápido e o mais forte”.

Fernando Pimenta quer voltar a estar na discussão por medalhas, “fazendo melhor do que no Rio de Janeiro”. O quinto lugar em K1 1000 metros foi duro de engolir para o canoísta e para Portugal, mas a comitiva lusa leva grandes doses de esperança à conquista das águas do país do Sol Nascente.

João Ribeiro é outro dos responsáveis pelo desenvolvimento e promoção da canoagem portuguesa. É o atual campeão nacional em K1 200 e 500. Para estes Jogos Olímpicos, a meta é clara e “delineada pela FPC [Federação Portuguesa de Canoagem]”, segundo o canoísta de Fão: medalha olímpica em K4 500 metros.

Também João Ribeiro sente a falta do público presencial, mas prefere relativizar a questão. “Não acho que (a falta de público internacional) vá influenciar as provas. Sou sincero, preferia ter público como nas outras Olimpíadas até agora. Todos os setores da sociedade vivem em esforço atualmente e o desporto não é diferente. O importante é que haja Jogos Olímpicos para que possamos representar o nosso país.”

Para já, os poucos preparativos e regulamentos existentes para atletas e treinadores que se desloquem a Tóquio não passam de rumores mais ou menos fundamentados. João Ribeiro ouve falar em “testes de três em três dias à Covid-19 e de proibições de saídas da aldeia olímpica, exceto para competições e treinos.” Para já, nada confirmado.

Teresa Portela é das atletas mais bem sucedidas do desporto nacional. Desde 2007, tem arrecadadas 29 medalhas entre Taças do Mundo, Campeonatos do Mundo, Campeonatos da Europa, Campeonatos da Europa sub-23 e Jogos do Mediterrâneo. Dessas, surgiram seis de ouro e foi finalista olímpica nos Jogos do Rio de Janeiro em 2016.

Ao contrário de Fernando Pimenta e João Ribeiro, Teresa acredita que a pandemia será um fator diferenciador entre os atletas: “Cada atleta reagiu de maneira diferente ao atraso e cancelamento de provas, surgiram desde a última grande competição (Campeonato do Mundo de Canoagem em 2018) novos atletas e houve outros que desceram de rendimento”. 

A canoagem portuguesa promete fazer furor e alcançar bons resultados. Sete canoístas vão viajar até Tóquio para participarem na 32ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna. Em julho de 2021, as Olimpíadas ocorrerão sem a presença de público internacional.

Artigo editado por João Malheiro