Portugal entra este sábado novamente em ação na fase de grupos de apuramento para o Campeonato do Mundo a ser disputado no Qatar. Numa paragem para seleções com três jogos oficiais, a Seleção Nacional defronta agora a Sérvia. Na quarta-feira, os portugueses venceram o Azerbaijão por uma bola a zero num jogo sem brilho, enquanto que os sérvios venceram a Irlanda por 3-2.

É o encontro mais complicado, no plano teórico, nesta fase de grupos. Com apenas o primeiro classificado a garantir a presença direta no Mundial, o confronto direto entre Portugal e Sérvia ganha uma importância reforçada. Apesar do favoritismo da equipa visitante, os sérvios terão certamente uma palavra a dizer.

Talento abundante em ambos lados

Espera-se alguma rotação no onze de Fernando Santos, com três jogos em sete dias a causarem um nível de cansaço considerável nos jogadores, ainda que o encontro frente ao Azerbaijão não tenha sido de alta intensidade. O selecionador apresentou uma equipa bastante ofensiva na última partida, com apenas Rúben Neves e João Moutinho a “segurar” o meio-campo. Na frente, vimos Bernardo Silva e Pedro Neto a descair mais nas alas, ainda que o jogador do Manchester City tenha por vezes feito parte de um trio no miolo, com André Silva e Cristiano Ronaldo na frente.

Na defesa, Nuno Mendes fez a sua estreia devido à lesão de Raphael Guerreiro e Domingos Duarte cumpriu apenas a sua segunda internacionalização. No banco, e com uma forte hipótese de virem a ser opção no encontro frente à Sérvia, estavam Cédric Soares e José Fonte. Bruno Fernandes entrou ao intervalo e tem também uma forte possibilidade de entrar no onze, bem como Palhinha para fortificar mais o meio-campo, e Félix ou Diogo Jota para tornar o ataque mais móvel, no lugar de André Silva.

Já a Sérvia tem também uma das melhores gerações de jogadores dos últimos anos. A defesa é porventura o setor com menos qualidade, mas ainda assim com Nikola Milenković e o jovem Strahinja Pavlović em destaque. Um meio-campo recheado com Uros Racić, Maksimović, Sergej Milinković-Savić como elementos mais recuados do 3-4-3 utilizado normalmente, com Dusan Tadić, a maior estrela da constelação, e Filip Djuricić, ex-SL Benfica, os mais criativos perto dos avançados. Filip Kostić garante velocidade, profundidade e qualidade no cruzamento na ala esquerda.

E se o talento é já abundante nas posições mais recuadas, na frente de ataque, Dragan Stojković, selecionador da Seleção Sérvia, tem várias dores de cabeça ao escolher o jogador mais avançado da equipa. Luka Jović é o mais conhecido, com uma passagem pelo Real Madrid depois do destaque no Eintracht Frankfurt, mas Aleksandar Mitrović e Dusan Vlahović têm também muito golo.

“Um jogo difícil”

Fernando Santos destacou essa mesma qualidade dos sérvios, afirmando que “todos [os jogadores] jogam em equipas grandes”. Falou num bom jogo “entre duas grandes seleções”, com ambas equipas com “uma grande ambição de ganhar a partida”. Em relação a possível dificuldade do encontro, o selecionador nacional confessou que “em teoria o jogo contra o Azerbaijão era o mais fácil, e não o foi”, e que por isso o plano teórico “vale pouco” e este será um “jogo difícil”.

O selecionador sérvio deixou também largos elogios aos portugueses, declarando que “é o atual campeão da Europa, tem uma combinação perfeita entre juventude e experiência, no aspeto individual e coletivo”. Dragan Stojkovic não considera que seja um jogo “crucial”, concluindo que todos os jogos são “igualmente importante”. Admitiu que “não será um jogo fácil”, mas que a sua equipa fará “de tudo para ganhar”.

O jogo entre Portugal e Sérvia está marcado para este sábado às 19h45, em Belgrado, capital sérvia. No outro encontro do grupo, Irlanda recebe em Dublin a seleção do Luxemburgo, também às 19h45.

Artigo editado por João Malheiro