O porta contentores Ever Given, estava desde a última terça feira a obstruir a passagem pelo Canal do Suez, no Egito. O navio tem cerca de 400 metros de comprimento, 59 de largura e pesa cerca de 220 mil toneladas. O incidente, ao que tudo indica, foi causado por uma tempestade de areia com rajadas de vento fortes, quando o cargueiro seguia com destino ao porto de Roterdão, na Holanda.
Ao longo dos dias, os investigadores recorreram a várias tentativas falhadas para a mobilização do navio, através de navios rebocadores, dragas e tiraram, em média, dois mil metros cúbicos de areia e lama por hora, de forma a alcançar a profundidade necessária para que o navio voltasse a flutuar. As autoridades do canal chegaram a equacionar a possibilidade dos contentores alojados no navio tivessem que ser retirados, para facilitar a manobra.
Esta segunda feira, durante a madrugada, as autoridades do Canal confirmaram que 80% do navio já estava desencalhado, encontrando-se a 102 metros da costa. As manobras de reboque, as equipas de ajuda e salvamento possibilitaram a movimentação do navio, bem como a subida de dois metros da maré. Finalmente, segundo um comunicado da Autoridade do Canal de Suez, por volta das 14h25 de segunda feira, o porta-contentores voltou a retomar viagem para norte. A próxima etapa é que as mais de 300 embarcações que foram impedidas de passar, comecem também a circular.
Os vários dias de bloqueio entre a passagem do Mar Vermelho para o Mediterrâneo, fez com que se receasse o comprometimento do abastecimento internacional e levou ao aumento de 5% do preço do barril do petróleo. Estima-se um prejuízo de mais de 12 milhões por dia.
De acordo com o presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sissi, a normalidade do tráfego marítimo só deve regressar ao fim de, pelo menos, três dias e meio.
Este foi o segundo incidente que marcou o Ever Given, já que em 2019, o navio colidiu com um pequeno barco atracado no rio Elba, numa cidade portuária alemã, também devido às situações climáticas.
A via navegável do Canal do Suez garante a passagem de 10% do comércio marítimo internacional e é uma das principais fontes de rendimento para o Egito, que ao ano passado, recebeu cerca de 4,7 mil milhões de euros em taxas.
Artigo editado por João Malheiro