Paranhos é um dos pontos da cidade do Porto que conta com mais estabelecimentos do ensino superior. De forma a colmatar a falta de alojamento para estudantes, o polo da Asprela tem vindo a receber investimentos privados para a construção de alojamento estudantil. Onde até há dois anos só existia oferta de casas particulares, uma residência da Universidade do Porto e outras duas do Politécnico, começam a somar-se grandes empreendimentos exclusivamente dedicados ao mercado universitário.

Até ao momento, há três residências universitárias a funcionar e mais quatro que vão abrir entre este e o próximo ano (ver mapa). Em 2019, foram inauguradas duas instalações, Livensa Living e Milestone. Em setembro do ano passado, abriu a U.hub Xior Asprela, residência localizada no antigo bairro da Areosa. Este ano, está planeada a abertura de mais dois alojamentos: Miranda Oporto e Studyou. Para 2022, está previsto chegar o coliving à Asprela com a SmartStudios e a empresa LIV Student, responsável pela Miranda Oporto, pretende abrir portas à Residência Campus The Street.

Alberto Machado, presidente da Junta de Freguesia de Paranhos, concorda com o investimento realizado neste ponto da Invicta. No entanto, não deixa de realçar que os preços praticados pelas residências serão elevados, para a disponibilidade financeira da maioria dos estudantes. Além disso, o autarca teme também que a oferta deste tipo de alojamento se tenha tornado excessiva: “também me parece que passamos um pouco do 8 para o 80”, afirma em declarações ao JPN. “Havia pouco e agora, na minha opinião, há um conjunto já excessivo de equipamentos deste género”.

“Ao haver construção vocacionada para estudantes deixa de haver construção vocacionada para residentes”, comenta o presidente. Ainda antes das construções de residências universitárias, houve um boom na construção de apartamentos com a finalidade de alugar a estudantes, essencialmente de alojamento de tipologia T0 e T1. Consequentemente, quando uma família procura uma casa em Paranhos tem dificuldade em encontrar tipologias acima destas. A procura elevada por aquela área da cidade, onde além de várias faculdades e centros de investigação está o Hospital de São João, levou ao aumento do preço por metro quadrado na freguesia, o que resulta numa diminuição de recenseados, de acordo com o autarca social-democrata. “Paranhos é uma das zonas mais caras da cidade”, diz.

Para além disto, Alberto Machado mostra-se também preocupado com a densificação desta parte da cidade. O facto de não haver novos arruamentos e novas formas de entrar e sair da cidade provoca uma concentração de demasiadas pessoas em pouco espaço, o que o presidente da Junta de Paranhos considera gravoso. Contudo, afirma que a responsabilidade do aumento da densidade nesta zona é da Câmara Municipal do Porto, uma vez que as competências de urbanismo são exclusivas da autarquia, não cabendo às freguesias a aprovação destes projetos.

O polo da Asprela não conta apenas com residências universitárias do foro privado, existem também alojamentos que pertencem à Universidade e ao Politécnico do Porto. Todavia, Alberto Machado admite que estas “não são em número suficiente para o número de estudantes que precisa delas”.

No mapa abaixo, podemos encontrar todas as residências universitárias já construídas, em construção e planeadas para o polo da Asprela, em Paranhos.

Artigo editado por Filipa Silva