A reabertura progressiva do país continua esta segunda-feira (dia 5), com o início da segunda fase do desconfinamento. Os museus, bibliotecas, galerias de arte e palácios voltam a abrir portas depois de 79 dias encerrados ao público. O Conselho de Ministros, que se realizou na quinta-feira, 1 de abril, aprovou o alargamento dos horários dos espaços culturais, mais meia hora face ao primeiro desconfinamento em 2020, até às 22h30, durante os dias da semana. Aos fins-de-semana as portas encerram às 13h00.
No passado dia 25 de março, a Inspeção-Geral das Atividades Culturais (IGAC) anunciou que todos os espaços culturais encerrariam às 22 horas, horário que veio a ser alargado meia hora, pelo governo.
As regras impostas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) mantém-se tal como antes do período de confinamento: o uso obrigatório de máscara, higienização das mãos e dos espaços, a distância física e lotação máxima, conforme as áreas dos recintos. Em Portugal, os museus já estão preparados para receber os visitantes nacionais e internacionais e com expectativas altas, depois de em 2020 ter deixado uma rasto negativo nas receitas.
Museu da Misericórdia do Porto com exposição internacional
O Museu da Misericórdia do Porto (MMIPO) terá uma lotação máxima de trinta pessoas em simultâneo e estará de portas abertas todos os dias das dez horas às 18h30. Em conversa com o JPN, António Tavares, provedor da Misericórdia do Porto, afirma que as medidas serão as mesmas do ano passado, tendo o plano do espaço sido “alvo de um auditoria no âmbito da proteção contra a Covid-19, realizado por uma empresa externa, e obteve a certificação máxima”.
O MMIPO abre esta segunda-feira com a sua programação habitual e recebe uma exposição conjunta das esculturas de Alberto Giacometti e das fotografias de Peter Lindberg, a partir do dia 15 de abril até 24 de setembro. A exposição que só esteve exposta no Instituto Giacometti, em Paris, é o casamento perfeito das esculturas de Alberto Giacometti, fotografadas por Peter Lindberg.
Para além da exposição internacional, o museu abre portas, pela primeira vez, do seu jardim “com vistas magníficas, onde os visitantes poderão usufruir do espaço e beber um cálice de vinho do Porto Taylor´s, incluído no preço do bilhete”, rematou o provedor.
A organização do museu acredita que este ano não será o regresso à “normalidade”, mas espera que os espaços culturais continuem a ser um fator de mobilização de turismo nacional e internacional. O ano de 2019 foi o melhor para o MMIPO em termos e receitas e visitantes. Em 2020, devido à pandemia, a quebra de receitas “rondou os 75%“.
Já o Museu do Carro Eléctrico tem implementadas todas as medidas de segurança, de acordo com a DGS. Desde então, é detentor do selo Clean & Safe – Património Cultural, que reconhece que as medidas postas em prática asseguram a total segurança para visitantes e colaboradores. A certificação é atribuída pelo Turismo de Portugal.
Os responsáveis pelo museu salientam a importância do facto, para os visitantes terem a perceção que o espaço “reúne as condições necessárias para ser realizada uma visita com segurança”. Apenas 30 pessoas são permitidas no espaço museológico e os horários entre as 14h00 e as 18h00 à semana, e as 10h00 às 13h00 aos sábados, domingos e feriados.
Museu do Holocausto abre portas pela primeira vez
O Museu do Holocausto, na Rua do Campo Alegre, no Porto, deveria ter aberto portas no dia 27 de janeiro, no entanto, o estado de emergência obrigou a organização a adiar a sua abertura. O museu estreia-se esta segunda-feira e durante os primeiro dois meses a entrada é gratuita e com um horário de funcionamento entre das 14h30 e as 17h30, nos dias úteis. No espaço, vão poder estar apenas 25 visitante de cada vez.
Este é o primeiro Museu do Holocausto da Península Ibérica e é tutelado pela Comunidade Judaica do Porto, cujos membros encontram na sua genealogia familiares vítimas do Holocausto. “Nunca esquecer” é o parceiro governamental, em torno da memória do Holocausto.
A abertura do museu está preparada desde janeiro, mas Hugo Vaz, curador do museu, adiantou ao JPN que não haverá uma cerimónia inaugural, porque o “próprio período pandémico não convida a isso”.
Estimam-se milhares de visitantes ao espaço, que já suscita bastante curiosidade aos portuenses. O curador afirmou ao JPN que tudo “depende do futuro, das próximas semanas e meses”, no entanto, não acredita que irão ter tantas visitas como a sinagoga portuense, devido à pandemia. “Estamos a falar de mais de 20 mil pessoas”, realçou.
Artigo editado por João Malheiro