A Final Four da Taça de Portugal de Basquetebol concluiu este domingo, com a consagração do Sporting Clube de Portugal pela sétima vez na sua história, dominando a final perante os estreantes do Imortal LUZIGÁS, no duelo entre primeiro e quarto classificado da Liga.

83-59 foi o resultado após a buzina final, num jogo que mudou com a entrada de Shakir Smith, que, vindo do banco, totalizou 24 pontos e foi o homem da partida. Com este resultado, o conjunto leonino renova o título de vencedor da competição, e escreve o seu nome no troféu da 72.ª edição da Taça de Portugal de Basquetebol masculino.

Após um início equilibrado, o show de Shakir Smith

Devido às lesões de Jalen Jenkins e Tyere Marshall na meia-final frente ao SL Benfica, o treinador do Imortal Luís Modesto viu-se obrigado a alterar o cinco inicial habitual, colocando o experiente angolano António Monteiro e o português Hugo Sotta para colmatar as ausências dos dois basquetebolistas norte-americanos no jogo interior do conjunto de Albufeira. Ty Toney, Tanner Omlid e DJ Fenner mantiveram o seu estatuto de titulares.

No lado do Sporting CP, o técnico Luís Magalhães introduziu em campo os jogadores que começaram o encontro frente ao Futebol Clube de Porto, mantendo o cinco inicial base, com Diogo Ventura na posição de base, Travante Williams e Ellisor a ocuparem zonas exteriores e João Fernandes e John Fields nas zonas mais perto do cesto.

Com um parcial inicial de 7-0, o Imortal entrava da forma que tinha terminado o encontro de sábado, com muita energia e assertividade no lançamento exterior, tendo António Monteiro em destaque, ao marcar o primeiro triplo da contenda. Já o Sporting apresentava dificuldades na luta das tabelas, principalmente no ressalto defensivo, permitindo o domínio do jogo interior a Monteiro e Omlid, ambos com três ressaltos ofensivos no primeiro quarto.

Estas segundas oportunidades permitiam aos algarvios mais lançamentos, contudo algum desaproveitamento no lançamento exterior colocavam o marcador equilibrado. Com seis minutos jogados, Luís Magalhães colocou Diogo Araújo em campo para o lugar de João Fernandes, membro importante da habitual rotação profunda do Sporting, e procurava uma solução para os problemas na luta das tabelas.

Após essa alteração, o controlo dos ressaltos defensivos impediu segundas oportunidades aos algarvios que continuavam, a exceção de António Monteiro, com a mira desafinada nos lançamentos de longa distância.

Com a indisponibilidade de Jenkins e Marshall, o técnico Luís Modesto viu-se obrigado a promover novos jogadores para o terreno de jogo, com Miguel Toreia e João Neves a serem novas apostas vindas do banco, como Nuno Morais a complementar a tripla de suplentes.

No final do primeiro quarto, ambas as equipas concretizaram da linha de três pontos, com Miguel Toreia a marcar para os algarvios, seguido de Shakir Smith, que, ao som da buzina, viu o seu lançamento a entrar no cesto do Imortal e concluía assim os dez minutos mais equilibrados do encontro.

A partir do segundo quarto, a equipa de Alvalade tomou conta da partida, especialmente através da defesa. Os “leões” melhoraram consideravelmente nessa vertente do jogo, mantendo a opção na pressão com dois jogadores na reposição de bola, alterando rapidamente para uma defesa homem a homem a campo inteiro, com Travante Williams, um dos jogadores mais completos do basquetebol nacional, a colocar muitas dificuldades a Tanner Omlid e James Ellisor a ser colocado na defesa individual a Ty Toney, base norte-americano emprestado pelo Sporting ao Imortal.

Travante Willams (Sporting CP) dificultou o trabalho ofensivo de Tanner Omlid (Imortal) Foto: FPB

Esta estratégia acabou por dar mais liberdade a Shakir Smith no lado defensivo, uma das suas lacunas, ficando responsável por vigiar o capitão do conjunto algarvio Nuno Morais, estando sempre atento a possíveis recuperações de bola após a pressão alta dos seus colegas.

A verdade é que o Sporting começava a confirmar o seu favoritismo ao aproveitar os erros do Imortal, concretizando 15 pontos após a perda de bola dos algarvios, enquanto o Imortal só totalizou cinco pontos depois das segundas oportunidades, o que negava a superioridade da turma algarvia no ressalto ofensivo.

No final da primeira parte, a vantagem para os “leões” era de 12 pontos (44-32), sendo que 17 dos 44 pontos foram marcados pelo base Shakir Smith, que juntou três roubos de bola. Para os albufeirenses, António Monteiro, com 16 pontos, mantinha o Imortal na luta por outro resultado, com exibições menos conseguidas de DJ Fenner e Tanner Omlid no capítulo ofensivo.

Final decidida no terceiro quarto

Depois da vinda dos balneários, o caudal ofensivo Sporting continuava a ser demasiado para os algarvios, que, com a ausência dos habituais postes, tinha mais dificuldade em travar as penetrações dos sportinguistas, apesar do esforço defensivo de Omlid, procurando replicar o que tinha feito no dia anterior na vitória história perante o SL Benfica.

Com Smith ainda a manter a forma da primeira parte, o Sporting foi alargando ainda mais a vantagem, chegando a liderar por 26 pontos. Travante Williams e James Ellisor continuavam a ser preponderantes na defesa, dificultando a tarefa de Omlid e Fenner, que não conseguiram ser assertivos no ataque

No final do terceiro quarto, o jogo parecia decidido, com a turma algarvia conformada com o resultado e muito dependente dos lançamentos longos que teimavam em não entrar. Durante todo o jogo, o Imortal lançou mais vezes da marca de os três pontos do que da de dois, mas converteu apenas dez dos 41 triplos tentados.

Já o Sporting, apesar da baixa percentagem no lançamento exterior (quatro lançamentos concretizados em 21 tentados), controlava o jogo interior, com 61% de eficácia nos lançamentos de dois pontos (27 em 44).

Os últimos minutos da partida serviram para dar minutos aos restantes jogadores dos respetivos plantéis, com destaque para Salvador Victo, jovem jogador do Imortal LUZIGÁS, que a 20 de fevereiro de 2021 se tornou no basquetebolista mais jovem a jogar primeira divisão portuguesas, com apenas 15 anos, 11 meses e 12 dias.

No final, o Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos encheu-se de confettis verde e brancos e a festa foi toda do Sporting Clube de Portugal, que garantiu o seu primeiro troféu da temporada.

No final do encontro, Luís Magalhães, treinador do Sporting CP, congratulou a equipa adversária, dizendo que “foram os reis do azar”, mas “estão de parabéns, quer pelo que fizeram na Liga, quer pelo que fizeram na Taça”. No que toca à sua equipa, o técnico atribui “mérito aos jogadores” pelo trajeto dos últimos dois anos, afirmando também que “em Portugal, há muita gente invejosa” do sucesso dos “leões”.

Já Luís Modesto, técnico do Imortal LUZIGÁS, salientou que “com outras condições, podiam ter discutido o resultado”, afirmando que as ausências de Jalen Jenkins e Tyere Marshall, “as principais referências de jogo interior”, afetaram o “plano de jogo”.

Após a Final Four de Matosinhos, o próximo objetivo das equipas são os playoffs da Liga, onde alguns destes conjuntos se poderão defrontar nas rondas decisivas, sendo que a fase regular da prova termina no próximo fim de semana.

Artigo editado por João Malheiro