Começa esta sexta-feira o Campeonato Europeu de Judo, em Lisboa, que antecede os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. A comitiva portuguesa, composta por 18 atletas, prepara-se para entrar em ação na competição, em território nacional.

Num ano marcado pela pandemia da Covid-19, a equipa das quinas sofreu uma baixa, já que Bernardo Tralhão (-60kg) testou positivo ao novo coronavírus, dois dias antes do torneio. O jovem português deu o lugar a Vasco Rompão (+100kg) nos pesos pesados.

O pouco tempo entre os Europeus de Praga e o torneio na cidade lisboeta justificam algumas ausências de peso. Na competição vão faltar alguns campeões europeus em título, contudo estarão presentes vários líderes mundiais das diferentes categorias. De destacar a elevada qualidade nos pesos pesados e nas camadas femininas mais leves e intermédias.

Entre os ausentes estão Shirine Boukli (-48 kg), Clarisse Agbegnenou (-63 kg), Madeleine Malonga (-78 kg) e Romane Dicko (+78 kg) da seleção da França, a húngara medalhada de ouro em Praga, Hedvig Karakas, (-57 kg), com quem Telma Monteiro perdeu o primeiro lugar do pódio, os russos Robert Mshvidobadze (-60 kg) e Tamerlan Bashaev (+100 kg), Victor Sterpu (-73 kg) da Moldávia e Tato Grigalashvili (-81 kg) da Geórgia.

As apostas nacionais têm na mira subidas ao pódio dada a aptidão e talento dos atletas das quinas. Anri Egutidze (-81 kg), nascido na Geórgia e naturalizado português aos 23 anos, e Jorge Fonseca (-100 kg), campeão mundial na sua categoria, vão ter pela frente uma forte concorrência nos respetivos grupos.

No setor masculino, a categoria dos -81kg, terá Matthias Casse da Bélgica, o israelita Sagi Muki e Vedat Albayrak da Turquia como destaques. Já nos -100kg, o perigo para Portugal poderá estar em Varlam Liparteliani da Geórgia, Peter Paltchik de Israel ou no holandês Michael Korrel.

Na categoria de +90kg a fasquia vai estar alta, visto que estarão presentes os três primeiros atletas do ranking mundial. Já nos +100kg – onde estará Vasco Rompão – o cenário será semelhante com a participação do primeiro e terceiro melhores atletas da categoria, atualmente.

No lado feminino, a italiana Odete Giuffrida (-52kg) e a francesa Margaux Pinot (-70kg) procuram repetir os títulos conquistados em novembro, nos Europeus de Praga. Mas a grande dor de cabeça para Portugal será a kosovar Distria Krasniqi (-48kg), a francesa Amandine Buchard (-52kg) e a sua compatriota Marie Eve Gahie (-70kg), todas elas líderes mundiais nas suas categorias.

Para fazer frente à elite referida, a equipa nacional levará para os -48kg, Catarina Costa e Maria Siderot, para os -52 kg, Joana Ramos, vencedora da medalha de bronze no Grand Slam de Tbilisi, e Joana Diogo, e para os -70 kg a aposta será em Bárbara Timo.

Ainda no lado feminino, destaca-se Rochele Nunes, que procurará fazer melhor do que a prata conseguida em Tbilisi. A atleta luso-brasileira, insere-se na categoria de +78kg onde estará presente a líder mundial Iryna Kindzerska.

Este torneio será também o momento para as primeiras oportunidades de jovens atletas como é o caso de Diogo Brites e Manuel Rodrigues.

Homenagem à mais medalhada judoca portuguesa

A grande presença das quinas será, mais uma vez, Telma Monteiro. No seu 15.º Europeu, a portuguesa procura conquistar a 15.ª medalha, nos -57kg, que contará com a presença da quarta no ranking mundial, Nora Gjakova, do Kosovo. Monteiro entra na competição com a décima posição na lista dos melhores do mundo na categoria e procura tornar-se na judoca com mais medalhas ganhas em Europeus, participando em apenas uma categoria em cada campeonato.

No sábado, antes dos blocos das finais, a atleta de 35 anos será homenageada pelo esforço e dedicação com as cores da bandeira portuguesa. Trata-se da judoca portuguesa mais medalhada de sempre e os grandes feitos conseguidos não passarão em branco. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, marcará presença, num dia em que Telma Monteiro também receberá a “medalha de mérito” atribuída pelo governo português.

O Campeonato Europeu de Judo decorre entre sexta-feira e domingo, na arena do Parque das Nações, numa das últimas oportunidades de vagas para Tóquio 2020 ou de garantia de presença entre os cabeças de série no sorteio olímpico.

Artigo editado por João Malheiro