Pressionado pela vitória do Sporting, mas motivado pelos deslizes de Benfica e Sp. Braga, o FC Porto entrou em campo na Madeira, este domingo, com hipóteses de consolidar o segundo lugar do campeonato, distanciando-se dos rivais na luta pelo acesso direto à fase de grupos da Liga dos Campeões. Um golo solitário de Mehdi Taremi foi suficiente para alcançar o objetivo, mas o jogo foi sofrido para os dragões.

Para este encontro, Sérgio Conceição promoveu uma alteração tática no sistema da equipa, ao apostar num pouco habitual 4-3-3. Com a ausência de Otávio, por fadiga muscular, Conceição reforçou o miolo, com um trio composto por Uribe, Grujić e Sérgio Oliveira. Manuel Machado, por outro lado, escalou um modelo de três defesas, tentando anular os atacantes portistas e solidificar uma defesa que tinha sofrido dez golos nos últimos dois jogos.

Primeira metade equilibrada, com susto no começo

Os dragões entraram pressionantes no jogo, à procura de um golo madrugador que permitisse gerir a partida de forma mais tranquila.

No entanto, a equipa portista seria surpreendida, logo aos 5 minutos, por uma arrancada de João Camacho pelo lado esquerdo da defesa azul e branca, a culminar numa falta de Zaidu sobre o extremo madeirense dentro da área. Penálti logo a abrir, o que constituíam péssimas notícias para Sérgio Conceição. Ou teriam sido, não fosse Marchesín defender o remate de Éber Bessa e manter o marcador a zeros.

Com o alento natural decorrente do lance, os dragões continuaram a pressionar bem alto o Nacional, condicionando a saída de jogo da equipa da casa.

Pressão essa que deu frutos, aos 20 minutos, quando António Filipe, guarda-redes caseiro, mediu mal um passe na saída de jogo do Nacional. O passe saiu curto e acabou nos pés de Corona, que tocou para o lado, onde encontrou Taremi, que finalizou, abrindo o marcador.

Depois do golo, porém, o FC Porto nunca mais conseguiu controlar verdadeiramente o jogo até ao apito do árbitro para o intervalo, permitindo ao Nacional alguns remates, possíveis pelas oportunidades abertas por erros na construção azul e branca.

Desgaste imenso e sofrimento até final

Com a recente campanha brilhante na Liga dos Campeões, os pupilos de Conceição começaram a acusar a enorme carga física a que têm sido submetidos ao longo da época, e isso foi notório na segunda parte deste encontro.

Com uma entrada forte, os insulares proporcionaram vários calafrios à defensiva portista, que, foi, no entanto, capaz de lidar com as investidas de Riascos, possante avançado do Nacional.

Até ao apito final de João Pinheiro, o último classificado da liga foi tentando ferir o dragão, com muito esforço, mas foi incapaz, com um estilo de jogo muito direto e sem grande discernimento.

Com uma grande capacidade de sofrimento – literalmente, devido aos problemas físicos -, o FC Porto acabou por sair da Madeira com o que mais importava: os três pontos, que lhe permitem fugir dos rivais abaixo na tabela classificativa e continuar a perseguição ao líder Sporting. Já o Nacional continua aflito, no último lugar, a seis pontos da salvação.

Conceição sublinha “muita luta”

Na conferência de imprensa após o encontro, o treinador portista assumiu que houve um erro de interpretação da equipa em relação a este jogo: “Acho que não interpretámos bem aquilo que eu queria, principalmente, no nosso processo ofensivo”. O técnico abordou ainda o sofrimento sentido na segunda metade: “Na segunda parte, o jogo foi mais controlado pela nossa parte, mas com o Nacional sempre à espreita de um momento em que pudesse atacar a nossa baliza. O jogo não foi espetacular, mas foi de muita luta e muita entrega”.

Manuel Machado confessou-se frustrado pela não conversão do penálti do Nacional no início do jogo: “Tínhamos chegado ao intervalo com um resultado que traduzia melhor o desempenho das duas equipas durante os primeiros 45 minutos. É um momento determinante”, referiu.

Na próxima ronda, a 28.ª da Liga NOS, o FC Porto, envolvido na luta pelo título – que agora parece ter sido reduzida a dois -, enfrenta o Vitória SC, no Dragão, na quinta-feira (22), enquanto o Nacional, numa batalha acesa pela manutenção, mede forças com o Tondela, no mesmo dia.

Artigo editado por Filipa Silva