Sara Moreira tornou-se, este domingo, na terceira atleta que vai representar Portugal nas Olímpiadas de Tóquio na maratona, depois de ter chegado em segundo lugar na Maratona de Hamburgo. A alemã Katharina Steinruck foi a vencedora da prova. A edição de 2021 da competição realizou-se, este ano, no aeroporto de Twente, nos Países Baixos, devido às restrições da Covid-19 na Alemanha.

Com o tempo final de duas horas, 26 minutos e 42 segundos (02:26:42), a maratonista do Sporting CP conseguiu atingir os mínimos estabelecidos para a qualificação olímpica (02:29:30), juntando-se assim a Carla Salomé Rocha (02:24:47) e Sara Catarina Ribeiro (02:26:40), que se tinham qualificado no ano de 2019 em Londres e Valência, respetivamente.

Natural de Santo Tirso, Sara Moreira garante, aos 35 anos, a quarta presença nos Jogos Olímpicos, depois de Pequim 2008 (3000 metros obstáculos), Londres 2012 (10 mil metros) e Rio 2016 (maratona).

Em declarações à agência Lusa, a atleta, visivelmente emocionada ao cortar a meta, afirmou que estava confiante no apuramento: “nunca na minha cabeça esteve a possibilidade de não conseguir atingir o meu objetivo” e que “no final, foram lágrimas de orgulho, de emoção e de toda uma luta que tive de travar durante muitos longos períodos de tempo”.

Após uma desistência em Valência, em dezembro de 2020, Sara Moreira recorda um ano de 2019 “muito penoso”, e afirma que, após as incertezas, “tudo se conjugou” para que chegasse a esta maratona “nas melhores condições físicas e psicológicas e, dessa forma, conseguisse ser mais forte do que todas as adversidades” que enfrentou.

Mais focada nas provas do meio-fundo no início da carreira, sendo campeã da Europa em pista coberta em 2013 (3000 metros) e ao ar livre em 2016 (meia-maratona), concentrou nos últimos anos as suas atenções para as distâncias mais longas, especialmente a maratona, tendo conquistado o terceiro lugar na Maratona de Nova Iorque em 2014 e participado nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro nessa disciplina.

Com este resultado, Portugal passa a contar com 57 atletas confirmados para Tóquio 2020, sendo que o atletismo é a modalidade não coletiva com mais participantes, 11 no total. As olimpíadas ficam também marcadas pelo regresso do país às competições coletivas através do andebol, algo que não acontecia desde Barcelona 1992, ano em que o hóquei em patins foi evento de demonstração nas olimpíadas catalãs.

Artigo editado por Filipa Silva