O Coliseu Porto Ageas vai passar por obras, mas a empreitada vai ficar ao encargo da Câmara Municipal do Porto e do Ministério da Cultura e não de uma concessão a privados, como tinha sido decidido há cerca de um ano. A notícia foi avançada esta segunda-feira, dia de reabertura dos espaços culturais ao público, na conferência de imprensa de apresentação da programação do espaço para o que resta do ano.

A requalificação do Coliseu está agora avaliada em 3,5 milhões de euros – a estimativa há um ano era de 8,5 milhões – e vai ter uma duração esperada é de oito meses.

Segundo a presidente da direção do Coliseu, Mónica Guerreiro, a empreitada ainda não decorrerá este ano. O início das obras está dependente de estudos técnicos e contratação pública.

Mónica Guerreiro, presidente da direção do Coliseu Porto Ageas, à esquerda. Foto: Sara Cardoso

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, explicou que está a ser estudado um enquadramento legal para a solução anunciada. O autarca ressalva a “necessidade de somar mais dinheiro” ao custo da empreitada, para que o Coliseu possa continuar a cumprir com os compromissos, nomeadamente pagar os trabalhadores vinculados aà sala de espetáculos, enquanto este se mantiver fechada para obras.

A operação também vai contar com uma “parcela de financiamento comunitário“, como informou a ministra da Cultura, Graça Fonseca, também presente na conferência de imprensa.

Para Rui Moreira, o montante inicialmente previsto, de 8,5 milhões, tornou-se “excessivo e injustificável”, após a reavaliação dos gastos, sublinhando que o investimento atual é o suficiente para garantir que o Coliseu “possa funcionar com condições de segurança, com condições de conforto, mas sem condições de luxo.”

Ministra da Cultura e presidente da Câmara do Porto, em conferência de imprensa. Foto: Sara Cardoso

Não se concretizando a concesão a privados, a gestão do espaço mantém-se nas mãos da Associação dos Amigos do Coliseu, que tem a Câmara Municipal do Porto, o Ministério da Cultura e a Área Metropolitana do Porto (AMP) como principais acionistas. “Queremos muito que a Área Metropolitana mantenha o papel que tem”, ressalvou Rui Moreira.

“É um sinal que queremos dar também neste ano de 2021 de que os próximos anos serão de intervenções e investimentos significativos no património, nos museus, nos monumentos e também nos teatros de todo o país“, sublinhou ainda, na ocasião, a ministra da Cultura.

Artigo editado por João Malheiro