O final do mês de abril é o prazo escolhido para a paragem total da atividade na refinaria de Matosinhos. Num anúncio feito nesta segunda-feira (26), a Galp explica que as operações de desmantelamento começam após o fecho. O encerramento da refinaria traduz-se, de acordo com as previsões iniciais, numa poupança anual de 90 milhões para a empresa.
O diretor financeiro (CFO) da Galp, Filipe Crisóstomo, afirmou, durante um webcast de apresentação dos resultados do primeiro trimestre da petrolífera, que “a unidade deverá parar totalmente no final deste mês”. Depois, acrescentou, a empresa vai “começar a fase de descomissionamento. A descontaminação será mais tarde e, portanto, do ponto de vista de geração de cash-flow, este é um processo que vai demorar muito, muito tempo, mas sem diferenças face aos números previstos”, concluiu.
Considerado um “número histórico” o valor avançado de poupança com o encerramento da refinaria, o responsável disse que “não há, nesta fase, indicações de que os números serão diferentes”. Segundo Filipe Crisóstomo, o valor inclui cerca de 60 milhões de euros de poupanças em despesas operacionais e 30 milhões de euros em despesas de capital recorrentes.
A descontinuação das operações na refinaria de Matosinhos a partir de 2021 foi anunciada pela Galp no final do ano passado, confirmando-se agora a intenção na apresentação dos resultados do primeiro trimestre, submetidos à Comissão dos Mercados de Valores Mobiliários (CMVM) nesta segunda-feira (26). As operações de refinação estarão agora concentradas no complexo de Sines.
Contactada pelo JPN, a Câmara Municipal de Matosinhos não avança, para já, mais comentários sobre a matéria. Em dezembro de 2020, a presidente da autarquia, Luísa Salgueiro, discutiu o futuro da Petrogal com os principais visados do desmantelamento da refinaria em reunião de câmara e criticou a decisão da petrolífera.
Também os trabalhadores estão contra a decisão de encerramento de atividade. O fecho da infraestrutura da Galp põe em causa cerca 500 postos de trabalhos diretos e mil indiretos. Em fevereiro, os trabalhadores da Petrogal manifestaram-se em frente à Câmara Municipal do Porto para serem ouvidos pelo presidente da autarquia, Rui Moreira.
Artigo editado por Filipa Silva