Na manhã desta quinta-feira (29), os trabalhadores da cervejaria Galiza, no Porto, reuniram-se à porta do estabelecimento. De acordo com a agência Lusa, mais de uma dezena de profissionais marcaram presença no plenário que teve por finalidade pedir uma decisão rápida ao Tribunal do Comércio de Gaia no processo que envolve a cervejaria, que resultará na entrega, ou não, do espaço ao proprietário do espaço.

A exigência de celeridade é feita pelo Sindicato da Hotelaria do Norte, após o senhorio ter recusado pagar 250 mil euros para recuperar o espaço. Este dinheiro corresponde à massa insolvente, apurada no processo de insolvência, que foi encerrado em março. O valor destina-se a pagar aos credores e trabalhadores da cervejaria.

Nuno Coelho, representante do Sindicato da Hotelaria do Norte, explica ao JPN que o plenário serve para “esclarecer o ponto de situação aos trabalhadores”. Além disso, o sindicato pretende que os trabalhadores recuperem os postos de trabalho e que a cervejaria reabra. “Viemos aqui lutar, viemos aqui denunciar esta situação”, afirmou.

Um dos trabalhadores, Paulo Gomes, explica que quer trabalhar e que a cervejaria “está pronta a abrir”. Deste modo, pede que o juiz encarregue do processo “dê razão” aos trabalhadores e entregue o espaço a um dos investidores que mostraram interesse na cervejaria, para abrir o espaço “o mais rápido possível”.

Em março, foi encerrado o processo de insolvência da cervejaria, depois de o senhorio ter acionado o direito de preferência sobre o espaço. Para o dia 22, estava prevista a assinatura da escritura do direito de preferência, à qual, segundo os trabalhadores, o senhorio não terá comparecido. De acordo com a agência Lusa, este terá recusado assumir o pagamento dos 250 mil euros da massa insolvente, reclamando que a transmissão do estabelecimento seja feita de forma gratuita.

A cervejaria Galiza encontra-se encerrada desde 4 de julho de 2020, depois de ter sido declarada insolvência por parte da Sociedade Atividades Hoteleiras Galiza Portuense, proprietária da cervejaria. O processo foi movido pela Sociedade Real Sabor, fornecedor do restaurante, por dívidas à empresa. Até ao encerramento do espaço foram cerca de 30 trabalhadores que asseguraram a gestão diária da cervejaria.

Artigo editado por Filipa Silva