Os Países Baixos venceram, este domingo, a seleção da Ucrânia no Johan Cruijff Arena, em Amesterdão, por 3-2. A seleção orientada por Frank de Boer venceu o jogo da primeira jornada do grupo C do Euro 2020.

Num encontro marcado pelo domínio neerlandês e pela intensidade do segundo tempo, a seleção da casa esteve a vencer por 2-0, deixou-se empatar, mas com um golo nos minutos finais conseguiu somar os três pontos.

Como formação para alinhar no 11 inicial, Frank de Boer, selecionador da “laranja mecânica”, optou por um 5x3x2, com os laterais a terem liberdade no apoio ao ataque. Na baliza a escolha recaiu sobre Maarten Stekelenburg, o jogador mais velho neste Europeu, as laterais foram ocupadas por Denzel Dumfries e Patrick van Aanholt, enquanto Jurrien Timber, Stefan de Vrij e Daley Blind foram as apostas para o trio no centro da defesa.

Frenkie de JongMarten de Roon e Georginio Wijnaldum foram os escolhidos para orientar o meio campo e apoiar os atacantes Memphis Depay e Wout Weghorst.

A seleção visitante, orientada por Andriy Shevchenko, apostou num 4x3x3. Para defender as redes ucranianas, o selecionador optou por Heorhiy Bushchan que, para completar a defesa apostou em Oleksandr Karavaev e Vitaliy Mykolenko para os extremos e em Mykola Matviyenko e Illya Zabarnyi para centrais.

Para o meio campo, os médios eleitos foram Oleksandr Zinchenko, Sergiy Sydorchuk e Ruslan Malinovsky. O 11 inicial ficou finalizado com a presença de Oleksandr Zubkov, Andriy Yarmolenko e Roman Yaremchuk no ataque.

No boletim clínico constavam dois nomes, um de cada seleção. Matthijs de Ligt, jogador dos Países Baixos, era grande ausência da noite, indisponível por lesão. Pelos mesmo motivos, Viktor Tsygankov era a baixa da Ucrânia.

Guardião ucraniano nega golo neerlandês 

Os primeiros minutos pautaram-se pela pressão alta da seleção ucraniana dentro do meio campo adversário com o objetivo de criar dificuldades aos Países Baixos. No entanto, a boa visão de jogo dos neerlandeses permitiu-lhes ultrapassar essa condicionante. Os jogadores da casa apostavam, principalmente, em jogar pelo flanco direito, com passes longos para as costas da defesa da Ucrânia.

A intensidade do encontro era alta e o jogo tinha apenas um sentido. A “laranja mecânica” era quem dominava a partida e mantinha níveis elevados de posse de bola. Sem deixar o adversário atacar, os Países Baixos protagonizavam sucessivos lances de perigo.

Ainda dentro dos primeiros cinco minutos, um lance confuso na área dos ucranianos podia ter resultado em golo. Após um ressalto que sobrou para Georginio Wijnaldum, o neerlandes colocou a bola para Denzel Dumfries, mas, no frente a frente, o guardião adversário foi superior.

Com o relógio a marcar os 12 minutos, a seleção visitante foi obrigada a uma substituição forçada. Oleksandr Zubkov saiu lesionado e, para o seu lugar, entrou Marlos.

A intensidade do jogo diminuiu, mas os Países Baixos nunca deixaram de ser superiores nem de atacar. À entrada para os minutos finais da primeira parte, a seleção da casa voltou a estar muito perto do golo. Aos 38, Heorhiy Bushchan voltou, outra vez, a intervir e travou, através de uma brilhante defesa, um potente remate de Georginio Wijnaldum.

Durante todo o primeiro tempo, as investidas da seleção Ucrânia eram pouco trabalhadas e não levavam perigo à baliza de Maarten Stekelenburg. Jogado o minuto da compensação, as seleções foram para o balneário com o nulo no marcador.

“Laranja mecânica” treme, mas não cede

À semelhança da primeira parte, o segundo tempo foi marcado pela melhor entrada dos Países Baixos. Tal foi comprovado ao minuto 52 com o golo dos neerlandeses. Numa jogada que teve início no meio campo adversário, Denzel Dumfries correu sobre o seu flanco, cruzou, e, embora a bola tenha sido intercetada pelo guarda-redes, na recarga, Wijnaldum apareceu à entrada da área e abriu o marcador.

Os Países Baixos não se contentaram com o golo marcado e trataram de aumentar a vantagem. Cinco minutos após o primeiro golo, o marcador voltou-se a alterar, mas desta vez, pelos pés de Wout Weghorst. Num lance confuso e contestado pela existência de uma possível falta, o jogador da “laranja mecânica” aproveitou o ressalto e bateu o guardião ucraniano.

De realçar que o ataque teve inicio, de novo, no flanco direito. A exploração desse lado ofensivo por parte dos neerlandeses deu dores de cabeça à Ucrânia.

Apesar do bom momento dos Países Baixos, a seleção visitante acabou por surpreender e conseguiu igualar o resultado. No decorrer do minuto 74, a Ucrânia protagonizou um momento de ver e rever. Após assistência de Roman Yaremchuk para Andriy Yarmolenko, o jogador ucraniano, de fora da área, rematou em arco e colocou a bola dentro da baliza no canto superior esquerdo, sem hipótese de defesa para o guarda-redes.

O golo reanimou a Ucrânia, que não tardou em voltar a marcar. Ao minuto 78, na cobrança de uma ação faltosa, Ruslan Malinovsky cruzou e Roman Yaremchuk foi mais eficaz nas alturas, colocando a bola junto ao poste direito e empatando o jogo a dois golos.

Com este “balde de água fria” em Amesterdão, a seleção da casa foi atrás do prejuízo. Os Países Baixos conseguiram reverter o mau momento do encontro e voltaram para a frente do marcador. Aos 84 minutos, através de um cruzamento largo de Nathan Ake, Denzel Dumfries ganhou posição sobre o adversário, cabeceou e colocou a bola dentro das redes ucranianas.

Apesar dos 5 minutos de compensação dados pelo árbitro da partida, nada mais se alterou. Os Países Baixos conquistaram os três pontos e estão agora no topo da tabela, em igualdade pontual com a Áustria, que venceu o seu encontro frente à Macedónia do Norte.

“Mostrámos que ainda não estava perdido”

No final do encontro, Andriy Shevchenko, selecionador ucraniano, destacou a “velocidade alucinante” do encontro. O ucraniano salientou as boas oportunidades existentes de ambas as partes e felicitou a equipa pela boa reação após terem estado a perder por 2-0.

Frank de Boer, selecionador neerlandês, abordou as oportunidades de perigo criadas pelo adversário “mesmo perante a pressão” dos neerlandeses. Com um olhar mais critico, o selecionador salientou que a sua seleção não pode “permitir tantos lances perigosos ao adversário“.

A segunda jornada do grupo C vai opor os Países Baixos e a Áustria, os dois primeiros classificado do grupo, no dia 17, de novo, no Johan Cruijff Arena, em Amesterdão. As restantes seleções, Ucrânia e Macedónia do Norte, vão medir forças, no mesmo dia, em Bucareste.

Artigo editado por João Malheiro