Portugal enfrenta, esta terça-feira, a Hungria, no primeiro jogo do grupo F do Euro 2020. É no estádio Puskas Arena, em Budapeste – uma das 11 cidades anfitriãs –  que a seleção das quinas espera garantir já a primeira vitória. As bancadas vão contar com 67.000 adeptos e seis mil vão ser portugueses

Os ares de Budapeste trazem boas memórias: Portugal venceu os três jogos oficiais que disputou na capital húngara. Frente à Hungria, a seleção portuguesa nunca perdeu. Em treze jogos, venceu nove. O último embate entre as duas seleções foi em 2017, no apuramento para o Mundial da Rússia, que Portugal venceu pela margem mínima (1-0) .

Nos últimos anos, a partida mais marcante terá sido na fase de grupos do Europeu de 2016, que terminou com três golos para cada lado. De relembrar que a Hungria passou à fase seguinte no primeiro lugar do grupo e Portugal ficou em terceiro, atrás da Islândia.

Apesar da enorme diferença entre os valores de mercado das duas seleções, do lado português, ninguém parece tomar a formação magiar como um adversário fácil. Em conferência de imprensa, Danilo Pereira realçou o facto de a seleção húngara ser “muito aguerrida” e Diogo Jota destacou a qualidade dos húngaros nas bolas paradas.  

Para Fernando Santos cautela é a palavra de ordem. O selecionador acredita que a seleção húngara vai “jogar olhos nos olhos” e que, por isso, Portugal vai ter de “enfrentar a Hungria com todos os cuidados”. 

Na conferência de imprensa de antevisão, o treinador húngaro realçou a qualidade da equipa portuguesa, a campeã em título. Marco Rossi disse mesmo, em tom de brincadeira, que ele próprio poderia ser “o motorista” ou o “responsável pelos equipamentos” de tão “conhecidos e consagrados” que são os jogadores lusos. A “linha atacante” da equipa das quinas, repleta de jogadores de topo mundial, é a “maior preocupação” da seleção magiar, segundo o técnico. 

Quanto aos onzes titulares, há dúvidas nos dois lados do campo. Na equipa portuguesa, Rui Patrício deverá ser o guardião das redes, com Nelson Semedo à direita (Diogo Dalot fez apenas um treino após substituir Cancelo), Pepe, Rúben Dias, no centro, e Raphaël Guerreiro na lateral esquerda – apesar dos bons sinais dados pelo jovem Nuno Mendes. 

É nos dois homens à frente da defesa que está a questão. Fernando Santos poderá optar por juntar William Carvalho e Danilo Pereira, mas visto que o médio do Paris Saint Germain jogou a central no último jogo de preparação frente a Israel, o treinador português poderá optar por Rúben Neves. A zona mais avançada do meio-campo deverá pertencer a Bruno Fernandes.

No ataque português devem alinhar Bernardo Silva, Cristiano Ronaldo e Diogo Jota. Se CR7 defrontar a Hungria, torna-se no primeiro jogador a jogar cinco europeus consecutivos. Na conferência de imprensa da passada segunda-feira, o craque português afirmou que o recorde não o deixa “efusivo” e que “mais bonito era ganhar o europeu duas vezes”. 

Para além de João Cancelo, que já regressou a Portugal após ter testado positivo à Covid-19, a seleção portuguesa não deverá contar com Anthony Lopes, devido a lesão, apesar de o guarda-redes já ter treinado com a equipa com uma proteção na perna direita.

Quanto ao onze da Hungria, as dúvidas assentam no meio-campo e na defesa. Marco Rossi vai ter de compensar a ausência dos médios-criativos Zsolt Kalmár e Dominik Szoboszlai. O treinador húngaro terá de decidir quem se junta a Willi Orbán e Ádám Szalai na defesa e quem ocupa a posição de lateral-direito. Roland Sallai deve estar de regresso depois de ter falhado os mais recentes jogos amigáveis.

As duas equipas entram em campo às 17h00 de hoje, num jogo que será transmitido, em sinal aberto, pela Sic, e que será apitado pelo árbitro turco Cuneyt Çakir.

O outro jogo do Grupo F será um duelo entre os dois últimos campeões do mundo. França e Alemanha defrontam-se em Munique, às 20h00, hora portuguesa. 

Artigo editado por João Malheiro