O professor catedrático jubilado do ICBAS é, pela terceira vez, o candidato do Partido Socialista pelo círculo do Porto. Alexandre Quintanilha faz a defesa do Governo e elogia a geringonça, mas considera "grave" o chumbo que abriu caminho às eleições de domingo. Terceira de uma série de entrevistas com os cabeças de lista do Porto às Legislativas.

Aos 76 anos, Alexandre Quintanilha já viveu um terço de vida em África, outro na América, e o mais recente na Europa. Fez carreira na ciência, é professor catedrático jubilado pelo Instituto de Ciências Biomédicas de Abel Salazar (ICBAS), mas é pelo Parlamento que, desde 2015, passa a sua vida. No próximo domingo, volta a ser o cabeça de lista do Partido Socialista (PS) pelo círculo do Porto.

Em entrevista ao JPN, o físico a quem “nunca” passou pela cabeça ser ministro, faz a defesa do Governo, elogiando, entre outras, a Lei de Bases do Clima. Diz que a política não tem o “luxo” do tempo, como o tem a investigação, e mostra-se otimista no encontro de soluções para problemas como a falta de professores.

Quanto ao PREVPAP, Alexandre Quintanilha considera que o Governo fez o que devia ter feito e argumenta que a mobilidade, geográfica e de interesses, é do interesse de quem vive da investigação. “Para quem escolhe o conhecimento, a instabilidade é uma fatalidade”, considera.

A geringonça “valeu a pena”, na opinião do independente, que não é “profeta” e por isso se escusa a fazer projeções para o pós-eleições, mas sempre vai dizendo que a maioria absoluta “não é relevante”.

JPN – Nasceu em Lourenço Marques, atual Maputo, doutorou-se na África do Sul, deu aulas na Califórnia, e é deputado desde 2015 em Lisboa. Em que lugar fica o Porto na sua geografia afetiva? 

Alexandre Quintanilha (AQ) – Eu escolhi vir para o Porto há 32 anos. Cheguei em 1990, vai fazer 31 anos. As pessoas do Porto nasceram no Porto, não tiveram escolha. Eu escolhi o Porto, que é diferente. Apesar de não gostar de futebol, sou um ávido cidadão do Porto.

JPN – Não adepto do clube, mas adepto da cidade. 

AQ – Com certeza que sou adepto da cidade. O Porto evoluiu muito nestes 30 anos, quando cheguei era uma cidade cinzenta, fechada, fria. Mas mudou muito. A decisão de viver no Porto foi acertada e não estou nada arrependido.

JPN – A cidade foi-o conquistando? 

AQ – É curioso. Comecei a visitar o Porto no princípio dos anos 80, depois do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) ter sido criado, no final dos anos 70. Por coincidência, fui convidado para um congresso da NATO em Espinho. Eu devia ser dos poucos portugueses lá fora que trabalhava na área da biologia com interface com a física, numa universidade de prestígio como Berkeley. Vim e conheci, nessa visita, o professor Corino de Andrade e o professor Nuno Grande. Conversámos e eles desafiaram-me para vir. 

Na altura, disse que não tinha nada para ensinar. Estava a começar a carreira em Berkeley, “quem sabe daqui a 10 ou 20 anos eu venha”. E foi o que aconteceu. Passados 20 anos vim para as Biomédicas. 

Alexandre Quintanilha está no Parlamento desde 2015. Foto: Ana Torres/JPN

JPN – Volta a candidatar-se pelo Porto. Disse-nos, há quatro anos, que teve “muitas dúvidas” quando primeiro o convidaram, em 2015, para liderar uma lista do PS pelo Porto. Disse-nos também que aceitou porque se sentia chocado pela forma como o país estava a caminhar na altura”. O que o fez aceitar pela terceira vez o convite do PS?

AQ – Por várias razões. A primeira das quais, por ter tido uma experiência muito positiva no parlamento. No último ano, conseguimos finalmente aprovar a Lei de Bases do Clima, uma lei pioneira, que é o desafio mais importante que temos pela frente. Portugal, na área das questões ambientais e climáticas, é um dos países mais avançados; fomos o primeiro país a decidir que íamos ser neutros em carbono em 2050. Foi uma experiência muito interessante. 

Por outro lado, também no parlamento tenho conhecido pessoas imensamente envolvidas naquilo que é o trabalho parlamentar. Primeiro como presidente da Comissão de Educação e Ciência, depois como presidente da Comissão de Cultura. Nos últimos seis anos, não há indicadores que não mostrem que o país evoluiu imenso.

Saiu, também, no fim do ano passado, um Eurobarómetro em que Portugal aparece em primeiro lugar em termos da curiosidade e confiança na capacidade do conhecimento ajudar a resolver problemas. Isto não foi conseguido facilmente, há 30 anos estávamos na cauda da Europa. Conseguimos, através da aposta no conhecimento e na cultura científica, estar à frente neste domínio. Toda a minha vida foi dedicada ao conhecimento e à sua importância e acho que Portugal tem feito uma trajetória espantosa nos últimos seis anos. Acho que vale a pena continuar a lutar para que Portugal mantenha essa posição no futuro.

JPN – Mas o conhecimento acaba por vencer no Parlamento ou a política sobrepõe-se?

AQ – Se pegarmos no tema da pandemia, dá para discutir isto. Foi necessário tomar uma série de decisões políticas sem existir todo o conhecimento necessário. Havia imensas dúvidas, ainda hoje há, mas a política não tem esse luxo, as pessoas exigem que se tomem decisões. O conhecimento leva tempo, a política não tem esse tempo. 

O clima é outro caso interessante. Já sabemos que as alterações do CO2 produzem efeito de estufa há mais de 120 anos. Vejam o tempo que leva desde que se descobre isto até que se crie uma Lei de Bases do Clima. Tivemos o luxo de acumular conhecimento para depois tentar atuar. No caso da pandemia, não foi possível. As pessoas pedem decisões.

JPN – Diz-se que um professor é estudante toda a vida. O que é que a experiência parlamentar lhe ensinou?

AQ – Não sei se consigo fazer uma lista. O que mais me impressionou foi a paixão com que muitas pessoas defendem as ideias que querem pôr em prática na economia, na educação, na saúde. É preciso muita paixão para conseguir transformar ideias em projetos, que depois têm consequências práticas. 

Às vezes, no entusiasmo da paixão, as pessoas são capazes de mentir, e isso não aprecio. Prefiro menos paixão e mais verdade, do que mais paixão e alguma mentira no processo. Depois, ter conhecido pessoas que respeito muito. No meio de muita gente que não tem interesse nenhum, há pessoas que, não tendo as mesmas ideias que eu, respeito.

O cientista já viveu em três continentes. No Porto, está desde os anos 90. Foto: Ana Torres/JPN

JPN – Foi um erro, o PS não voltar a assinar um acordo com o BE e a CDU em 2019 como havia feito em 2015? Espera que a solução encontrada depois de dia 30 passe por um acordo escrito?

AQ – Já me fizeram essa pergunta várias vezes e dou a mesma resposta. Em primeiro lugar, tenho muito pouco jeito para ser profeta [risos] e tenho muitas dúvidas em relação a quem se arma em profeta. 

Na Alemanha, não é permitido discutir coligações antes delas serem feitas. Por isso, não tenho opinião nenhuma em relação a que coligações devem ser feitas ou se deviam ser feitas. Aquilo que funcionou nestes últimos anos foi cada projeto de lei ser discutido abertamente, por vezes com o apoio dos partidos à esquerda, nem sempre de forma uniforme, e acho que isso funcionou. Até este Orçamento. 

Imagino que, mesmo que haja coligações, pode sempre haver um momento em que decidam que já não faz sentido. Veremos. Não tenho opinião sobre que coligação valia a pena fazer. Acho, sim, que o Governo caiu e aí foi grave, porque estamos numa altura em que há tanto a fazer, que esta instabilidade, mesmo de alguns meses, é muito prejudicial para o país. Foi um erro da parte do BE e da CDU não aprovarem o orçamento e ver, ao longo do ano, como as coisas poderiam evoluir. Aí, a minha posição é muito clara. 

Não sei se já fizemos todo o percurso, mas acho que é bom agora confrontar os cidadãos portugueses com esse tema.

JPN – É pelo Porto que se candidata. Se tivesse de escolher três medidas do programa do PS que vão ter impacto particular sobre as pessoas do distrito, que medidas seriam essas?

AQ – Uma das apostas do PS é na ferrovia, que é uma aposta muito importante. Tem muito a ver com a Lei de Bases do Clima e a possibilidade de fazermos uma transição como deve ser para usar cada vez menos o transporte individual e passarmos a usar o transporte coletivo.

Outra aposta é no investimento no conhecimento. Está previsto que, até 2030, haja um aumento do investimento público e privado para chegarmos a 3% do PIB em investimento na Investigação e Desenvolvimento. É uma coisa de que andamos a falar há muito tempo. Nos últimos cinco anos, o investimento aumentou muito significativamente, mas ainda há um longo caminho a percorrer.

O terceiro tem a ver com a saúde. O Hospital de Santo António e o Hospital de São João, e todas as estruturas à volta, têm demonstrado uma capacidade extraordinária para lidar com esta pandemia. São exemplares a nível nacional e internacional. Apostar na saúde e nessas estruturas ainda mais, e também nas estruturas à volta, nomeadamente as de apoio científico que possam existir, faz todo o sentido.

JPN – A regionalização tem estado muito presente no debate e o PS tem-na também no programa. 

AQ – Todas as alterações estruturais podem começar com ideias muito positivas e depois nos detalhes estão os problemas. A regionalização, a ser feita, tem de ser de forma muito cuidadosa, se calhar de uma maneira em que haja oportunidade de corrigir erros à medida que se vão verificando enquanto evolui. Porque é uma estrutura nova e os seres humanos são muito imprevisíveis. 

Responsabilizar mais a nível local é sempre uma boa ideia, porque as pessoas deixam de achar que estão a ser dadas ordens de cima para baixo. E a regionalização, se for suficientemente diversa, pode proporcionar a adoção de experiências de sucesso aplicadas em diferentes locais. Há muitas cidades a apostar no que se chama de cidades inteligentes. E há histórias de coisas muito interessantes a acontecer no país, mesmo aqui, em Gaia, em Matosinhos.

JPN – A regionalização é uma daquelas matérias que dá jeito discutir antes de eleições para cativar os eleitores de fora da região de Lisboa, caindo depois no esquecimento? Acredita que em 2024 vamos mesmo ter referendo?

AQ – Tenho a sensação que houve muita coisa que já aconteceu sobre este debate, que já é muito antigo. Portugal e os cidadãos estão mais preparados para encarar esse desafio, e para ter opinião sobre o assunto. Não sei se já fizemos todo o percurso, mas acho que é bom agora confrontar os cidadãos portugueses com esse tema, para ser discutido e para haver histórias de sucesso que se possam contar. Na teoria é tudo bonito, mas se tivermos evidência de experiências que funcionaram, ajuda.

JPN – Na Educação, precisamos de mais de 34 mil professores até 2030, é a perspetiva do estudo da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, sendo que estamos a falar de 30% dos professores existentes em 2018/2019. Como olha para este problema? 

AQ – Olho com otimismo. 

JPN – Mas formar mais de 30 mil professores até ao final da década…

AQ – Vamos formar o que for possível. A necessidade de professores também tem a ver com a necessidade populacional e não sabemos como vai evoluir a demografia no país. Os professores foram sempre necessários e importantes. Quando alguém diz que temos professores a mais, isso assusta-me. Isso não existe em nenhum país do planeta. É um objetivo muito importante. Se lá conseguimos chegar ou não, vamos ver.

JPN – O que dizemos é: formar professores não passa por pôr uma linha de montagem a funcionar mais depressa. E há quem diga que, com muitos professores a ir para a reforma, ficam a faltar pessoas para passar conhecimento. 

AQ – Não é, de facto. E sim, de acordo, mas às vezes não sei se a experiência que têm é aquela que é necessária para o futuro. A ideia de que uma pessoa tem um curso e depois tem o emprego garantido para o resto da vida também já não é verdade. 

Se calhar, o tipo de formação que é necessário vai ter que evoluir e ser diferente, de acordo com aquilo que vamos aprender. Por outro lado, Portugal está no contexto europeu. Também não é obrigatório que todos os professores sejam formados cá. Podem ser formados noutro sítio e virem para cá. A dinâmica das pessoas é muito importante. Sou um bom exemplo disso: vivi um terço da minha vida em África, outro terço na América e outro terço na Europa e, o terço a seguir, não sei onde vou estar. A mobilidade, geográfica e de interesses, é das coisas mais importantes, e é cada vez mais comum. Por isso, acho que sim, que estou otimista [em relação a esse ponto].

A entrevista ao JPN decorreu na Faculdade de Letras da Universidade do Porto. Foto: Ana Torres/JPN

JPN – O número de inscritos no Ensino Superior tem aumentado bastante nos últimos anos. Sabendo que o financiamento se tem mantido mais ou menos estável, terão as instituições forma de acolher estes novos estudantes, garantindo-lhes a mesma qualidade de ensino?

AQ – Não tenho a noção que o financiamento se tenha mantido constante. E as instituições hoje não têm só financiamento público, também captam investimento privado. É um equilíbrio que tem que ser encontrado. E é um trabalho que está sempre inacabado. Tem de haver aqui uma forma inteligente de ver quais são as necessidades e de nos irmos adaptando a elas.

JPN – Qual é a sua visão sobre o modelo de acesso ao ensino superior? Em comparação, por exemplo, com um modelo como o americano, que conhece.

AQ – Eu tenho muitas dúvidas em relação a isso. O modelo americano também não é um modelo ótimo. Nas grandes universidades americanas, não entram se os pais não tiverem meio milhão de dólares para investir na formação. Quando uma pessoa chega ao fim do seu curso, tem dívidas. Não é um sistema para ser repetido.

Tenho muitas opiniões pouco ortodoxas em relação a isto. Acho que os primeiros dois anos na universidade deviam ser anos em que os alunos deveriam ter uma formação muito diversificada. Por exemplo, alunos das Ciências com componentes importantes da área das Letras e vice-versa. E os alunos deviam ter projetos e aprender o que querem aprender.

Além disso, não devia ser tão importante a nota de fim de curso, mas aquilo que os alunos são. Isso é muito mais difícil de avaliar e as notas são úteis, mas devia haver algo mais aberto. Não há soluções universais. 

JPN – No âmbito do PREVPAP [Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública], os bolseiros de investigação científica foram, provavelmente, aqueles que mais se fizeram ouvir, por se considerarem injustiçados pela não integração, de alguns deles, nos quadros das universidades. O Governo podia e devia ter feito mais por estes profissionais?

AQ – Não acho que podia ter feito mais. Não consigo perceber como é que uma pessoa se mantém numa instituição durante tanto tempo à espera que reconheçam o seu valor. A ideia de me manter na mesma instituição, cada vez mais furioso, porque não reconhecem a minha qualidade é algo que nunca viveria. Há argumentos contra isso, que não há assim tantas instituições para onde ir. Mas não é verdade, há muitas. Infelizmente, em Portugal, a mobilidade é quase nula. As pessoas fazem licenciatura, mestrado e doutoramento tudo no mesmo sítio. É a chamada endogamia académica. Um dos desafios que as universidades têm de ter no futuro é ir contra isso.

Percebo a frustração perante o PREVPAP, mas não acho que devesse ter havido mais envolvimento nessa questão, porque choca-me perceber que alguém permanece num sítio quando, passado pouco tempo, não tem a apreciação que merece ter.

JPN – Mas a instabilidade é uma fatalidade para quem segue a carreira de investigação?

AQ – Para quem escolhe o conhecimento, a instabilidade é uma fatalidade. O conhecimento é daquelas coisas que podemos, às vezes, acertar nas perguntas que têm resposta ou apostar em perguntas que não têm resposta nenhuma. O luxo de se trabalhar no que se gosta e apaixona também tem um preço. Não pode haver a garantia absoluta de se poder continuar a fazer a mesma pergunta durante 40 anos sem resposta. Há aqui um equilíbrio.

Nunca me passou pela cabeça [ser ministro]. Como nunca passou a ideia de ser reitor, apesar de ter sido encorajado a candidatar-me há alguns anos.

JPN – O Plano Nacional de Alojamento para o Ensino Superior começou mal. Em 2020, teve uma execução de 16%. No Porto originou zero camas novas. Agora, o PS promete no seu programa 15 mil camas (construídas ou reabilitadas) até 2026. Porquê confiar nesta meta?

AQ – Continuo a acreditar por uma razão: uma coisa é dizermos que vamos fazer, outra é o processo até conseguir fazer. E é um processo, em Portugal, muito complicado: por ter de abrir concursos, ter de escolher candidatos. E em Portugal, os concursos muitas vezes são contestados, enfim. Desde que se diz que vão haver camas novas até as ter, é um processo longo e complicado. 

O mercado de habitação está a tornar-se completamente impossível para os jovens habitarem. Nos anos 80, por um apartamento de 120 metros quadrados, paguei naquela altura 40 mil euros; hoje, vende-se por mais de dez vezes esse preço. Isto está a acontecer em todas as grandes cidades. 

JPN – Mas acha que o plano vai agora ser melhor implementado?

AQ – Tenho a esperança que se concretize, porque é urgente. Não vai responder a todas as necessidades, mas é um início de conversa.

JPN – Vê-se na pele de Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior? 

AQ – Nunca. Hoje em dia, ser ministro é ter que aturar muita gente que não gostaria de ter que aturar. A ideia de ser ministro nunca me passou pela cabeça, nem há seis anos. Acho que sou mais útil transmitindo algum do conhecimento e experiência que fui acumulando do que estar num lugar de executivo. Nunca me passou pela cabeça. Como a ideia de ser reitor, nunca me passou pela cabeça apesar de ter sido encorajado a candidatar-me há alguns anos.

Para finalizar, e numa frase, o que nos tem a dizer sobre:

Maioria absoluta
Não é relevante.

Geringonça
Foi muito interessante, uma experiência inédita, que apanhou muita gente de surpresa. Funcionou muito bem durante os anos em que funcionou, valeu a pena.

Cultura
É a base de tudo.

SNS
Não preciso de dizer nada. É evidente que o investimento que tem vindo a ser feito mostra que é um dos pilares da democracia.

Liberalismo
Acabei de ler um livro que se chama “A História Esquecida do Liberalismo”, de Helena Rosenblatt, que mostra algo muito curioso: quando o liberalismo começou em França, era uma teoria política virada para o social e não para o individual. Não sabia isso e a maioria das pessoas não sabe. Recomendo ler o livro.

Mariano Gago
Uma pessoa difícil, mas que mudou de uma forma muito significativa a noção que o país tinha sobre a importância do conhecimento, não só na formação das pessoas, mas na sua integridade e a importância disso para a construção de um país em que a inovação é uma das ferramentas essenciais.