Na região Norte, foram aprovadas 34 candidaturas ao Incentivo do Estado à Comunicação Social Regional e Local. Os subsídios para 2021 rondam, no total, os 350 mil euros distribuídos por 25 órgãos. Rui Gonçalves, da Rádio GEICE, conta ao JPN como este meio de Ponte de Lima conta investir o dinheiro.

As candidaturas foram apresentadas por rádios, jornais e televisões locais. Foto: Ricardo Carvalho Rodrigues

Vinte e cinco órgãos de comunicação regionais e locais viram aprovadas as suas candidaturas – 34 no total – ao Incentivo do Estado à Comunicação Social Regional e Local, revelou esta segunda-feira (7) a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte). No total, os subsídios ultrapassam os 348 mil euros para 2021. Os projetos visam sobretudo as áreas do desenvolvimento digital (16), modernização tecnológica (12), acessibilidade (2) e literacia e educação (4).

A Rádio GEICE, de Ponte de Lima, foi o órgão de comunicação que conseguiu o maior financiamento, cerca de 42 mil euros, repartidos por três projetos distintos: 29 mil euros estão destinados ao desenvolvimento digital, 6 mil para modernização tecnológica e 8 mil para acessibilidade.

Em declarações ao JPN, Rui Gonçalves, sócio-gerente da GEICE, afirma que o investimento vai ser utilizado para “reconverter o site já existente e dotá-lo das mais recentes ferramentas de acessibilidade”, acrescentando que “também há equipamento que tem de ser renovado e adquirido”.

O jornal “A Voz de Trás-os-Montes” é outro órgão que viu aprovados três projetos, tendo garantido um apoio de 18 mil euros para desenvolvimento digital, 4 mil para acessibilidade e 3 mil euros para literacia e educação. Por sua vez, o jornal “Reflexo” (do norte de Guimarães), obteve o maior valor para um único projeto (30 mil euros).

O valor de financiamento cobre entre 50 e 60% do valor total dos projetos apresentados. Ainda assim, Rui Gonçalves considera que é “essencial para o normal funcionamento [da GEICE], estando o mercado como está devido à pandemia”. O dinheiro “vai ajudar a minimizar a despesa da reestruturação” da rádio, que, de outra forma, depende apenas das receitas de publicidade.

Esta iniciativa do Estado pretende reforçar os mecanismos de apoio aos órgãos de comunicação social regionais e locais, através da atribuição de verbas a todas as regiões do continente (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve). Até 2018, a fatia destinada à CCDR-Norte foi aumentando gradualmente, passando dos 360 mil euros, atribuídos em 2015, para 451 mil nesse ano. O valor sofreu uma quebra em 2020 (358 mil euros) e continua a diminuir.

O montante a ser distribuído é definido anualmente por despacho do Governo e é suportado pelo Gabinete de Estratégia, Planeamento e Avaliações Culturais (GEPAC). Este regime de apoio do Estado à Comunicação Social Regional e Local está em vigor desde 2015, através do Decreto-Lei nº 23/2015.

Artigo editado por Filipa Silva