Depois do bicampeonato europeu conquistado pelos portugueses no futsal, Portugal volta a fazer festa na modalidade. Braga e Guimarães vão receber, de 18 a 24 de julho, o Campeonato Mundial Universitário de Futsal, que inicialmente se iria disputar em Xangai, na China. André Reis, Presidente da Federação Académica do Desporto Universitário, explicou ao JPN como é que a competição chegou até território luso.

“Em outubro de 2022, apresentamos uma candidatura na sede da Federação Internacional de Desporto Universitário [FISU]. Era uma candidatura da Federação Académica do Desporto Universitário [FADU], em colaboração com a Universidade do Minho e com a Associação Académica da Universidade Minho que foi derrotada”, explicou.

A proposta feita pela China foi inicialmente aceite pela FISU, no entanto, face aos avanços da pandemia, Xangai teve de abdicar da organização da competição.

Face à situação, “a FISU questionou diretamente à FADU se mantinham interesse em organizar a competição” e depois de conversações internas e, num tempo que André Reis considera “recorde”, a FADU deu resposta positiva à Federação Internacional.

A Universidade do Minho e o Futsal

Questionado sobre a colaboração com a Universidade do Minho (UM), uma vez que este será o terceiro ano em que a competição se realizará em Braga, o presidente deixou claro o porquê da escolha: “tem sido a única academia que tem apresentado projetos nesta modalidade”.

Para além disso, André Reis destaca a qualidade de organização “que o Minho tem presenteado a nível internacional” e a popularidade das equipas, “cuja modalidade de futsal tem um grande historial”. Para reforçar esta ideia, o presidente admitiu que UM é “uma das instituições de Ensino Superior, a nível europeu e mundial, que melhor trabalha a área do desporto universitário”.

“Grandes jogadores da seleção universitária e da própria Seleção Nacional da Federação Portuguesa de Futebol são precisamente estudantes da Universidade do Minho”, reforçou o presidente da FADU.

Face às datas da realização do Mundial, André crê que Portugal estará na máxima força, uma vez que as datas foram sugeridas pela FIFA, de forma “a aumentar o número de atletas elegíveis para puderem participar”. “Esta data não foi escolhida por acaso (…) Estamos a falar numa altura em que as grandes competições nacionais de todos os países por todo o mundo já estão terminadas na área do futsal”, referiu.

O que esperar das seleções portuguesas?

Jorge Braz, também Selecionador Nacional, é o “comandante” das seleções portuguesas universitárias, masculinas e femininas, que farão parte da competição.

André Reis salienta que “devemos ser prudentes”, mas não deixou de referir que o futsal é uma modalidade com enorme tradição em Portugal, “não só ao nível do desporto federado como também do desporto universitário com grandes resultados já no passado”.

O presidente acredita que os portugueses têm “bastantes ingredientes” que dizem que Portugal pode ter uma participação com grande qualidade e capacidade competitiva. “Temos vários jogadores que estarão convocados para a seleção universitária que já passaram pelas Seleções Nacionais de Futsal da Federação Portuguesa de Futebol”, frisou.

Jogar em solo luso é, para o Presidente da FADU, uma mais valia para os jogadores portugueses. Competir em casa “é uma extraordinária vantagem competitiva jogar junto dos portugueses, junto dos nosso adeptos, numa altura em que o Futsal está na ribalta do desporto nacional”.

Depois de 1998 e 2012, Portugal e Braga voltam a receber o Campeonato Mundial de Futsal.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha