A taxa de escolaridade do ensino superior entre os portugueses residentes com idades entre os 30 e os 34 anos atingiu os 44% no final do ano passado, continuando a tendência crescente dos últimos anos.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), divulgados na quarta-feira (9), a taxa de escolaridade do ensino superior na população com 30 a 34 anos fechou o ano passado 12 pontos percentuais acima do valor registado em 2015. O crescimento é de 20 pontos percentuais quando comparado com 2010

Com este resultado, frisou o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES) numa nota enviada às redações, Portugal mantém-se acima da meta europeia de 40% assumida no domínio da Estratégia Europa 2020 e reforça a tendência crescente registada nos últimos anos. Em relação ao ano transato, o crescimento foi de quatro pontos percentuais.

Mais diplomados entre a população ativa

Além de mais gente diplomada na faixa 30-34, o país viu também aumentar o número de diplomados no conjunto da população ativa. De 2020 para 2021, o INE registou um aumento de cerca de 200 mil diplomados no mercado de trabalho em 2021 face ao ano anterior, passando de 1.45 para 1.65 milhões de trabalhadores com o ensino superior.

De igual modo, também foi registado um aumento histórico no número de diplomados, com os estabelecimentos de ensino superior a emitirem 85.799 diplomas, mais 4.661 do que no ano letivo anterior.

Outro motivo de regozijo para o MCTES, é a diminuição na taxa de desemprego entre licenciados, que voltou a atingir o valor mínimo de 5.3%, abaixo da média nacional de 6.6%.

Os dados agora divulgados permitiram avaliar a dispersão regional no nível da escolaridade superior.

A região Norte e o Algarve ocupam a terceira posição (31%), ficando atrás da Área Metropolitana de Lisboa (44%) – a que concentra maior população com ensino superior – e o Centro com (32%). O Norte regista, ainda assim, o maior aumento (mais dez pontos percentuais) na tendência positiva que se verifica desde 2015 no território nacional. 

Novos estudantes de novo acima dos 100 mil

O MCTES aproveita ainda para assinalar que o número de colocados no ensino superior público e privado no presente ano letivo permitirá manter o crescimento que se verifica há sete anos no total de inscritos, uma evolução que vai dos 358 mil estudantes em 2015 até ao mais de 400 mil em 2021

O setor público do ensino superior registou mais de 50 mil estudantes admitidos através do Consurso Nacional de Acesso deste ano, o que vem confirmar as estimativas apresentadas anteriormente pelo Governo. “Estes resultados mostram uma efetiva democratização do acesso ao ensino superior”, sublinha a tutela.

No comunicado, o MCTES congratula-se com os resultados positivos, destacando medidas como a celebração dos “contratos de legislatura” em 2016 e em 2019 “que possibilitaram aumentar o apoio continuado às instituições de ensino superior”.

O MCTES refere ainda o reforço da diversificação e especialização de diferentes perfis de oferta, com a valorização social do ensino politécnico e o estímulo à coesão territorial através do conhecimento, bem como a adequação das regras de acesso ao ensino superior.

Apesar dos ganhos, o Governo reconhece a persistência de desigualdades no acesso ao ensino superior por isso promete reforçar medidas existentes, de forma a melhorar o apoio social a estudantes carenciados, proporcionar melhores condições para o alojamento de estudantes deslocados e reduzir a efetiva da despesa das famílias.

Artigo editado por Filipa Silva