A instalação da central solar de Margalha, no Alentejo, foi considerada "de imprescindível utilidade pública". A empresa responsável pelo projeto irá compensar o arranque das árvores com "75 hectares de áreas ocupadas com sobreiros".

O ministro realça a “imprescindível utilidade pública” e o “relevante interesse económico e social” do empreendimento. Foto: Filipe Coelho/Flickr

O ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, autorizou o arranque de 1.079 sobreiros e quatro azinheiras para a construção da central solar fotovoltaica de Margalha, no concelho alentejano de Gavião.

No despacho publicado nesta terça-feira (15), o ministro realça a “imprescindível utilidade pública” e o “relevante interesse económico e social” do empreendimento. Além disso, a autarquia de Gavião reconhece o “interesse público municipal” do projeto.

A instalação da central representa um investimento de cerca de 95 milhões de euros, por parte da empresa Akuo Renováveis. O complexo vai permitir “um aumento da produção de energia elétrica a partir de fontes renováveis, participando, por isso, na descarbonização do setor da energia elétrica e contribuindo para a trajetória da neutralidade carbónica, a atingir em 2050″.

A empresa apresentou um projeto de compensação que prevê “a beneficiação em 75 hectares de áreas ocupadas com sobreiros“, em terrenos gavionenses. As árvores cujo abate foi autorizado povoam quase 15 hectares de terreno. O Governo garante que os espaços identificados para a construção da central são os “que permitem minimizar os impactes ambientais, apresentando menos condicionantes”.

Segundo a avaliação mais recente da União Internacional para a Conservação da Natureza, os sobreiros estão especialmente ameaçados. A espécie é considerada a Árvore Nacional de Portugal desde 2011.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha