Apesar de ter sido apresentada pela Metro do Porto, a futura linha de metrobus, que vai passar pela principal artéria da Boavista, vai ser gerida pela STCP. A informação foi avançada por Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto (CMP), na Assembleia Municipal desta segunda-feira, que, citado pelo portal oficial da autarquia, explicou ser “esse o entendimento entre o Ministério do Ambiente, a Metro do Porto, a STCP e as Câmaras”.

A revelação foi feita quando se discutia a transferência da gestão de várias infraestruturas relacionadas com a mobilidade da cidade para a STCP Serviços, subsidiária da STCP que não desenvolveu atividade entre 2012 e maio de 2021. A empresa deve ficar responsável pelo Terminal Intermodal de Campanhã, o Funicular dos Guindais e parques de estacionamento detidos pela Câmara do Porto.

Interpelado pelo deputado da CDU, Rui Sá, sobre uma possível “duplicação de competências” provocada por esta mudança, o presidente da autarquia garantiu que a STCP Serviços tem recursos próprios para exercer a sua atividade. Esta alteração foi aprovada pelos restantes partidos.

Linha BRT Boavista – Império. Foto: Metro do Porto Imagem: Metro do Porto

Recorde-se que a linha de BRT (Bus Rapid Transit) foi planeada em 2017 pela CMP e vai unir a Casa da Música e a Praça do Império, numa extensão de oito quilómetros. A ligação deverá durar 15 minutos e contará com um total de oito paragens: Casa da Música, Bom Sucesso, Guerra Junqueiro, Bessa, Pinheiro Manso, Serralves, João de Barros e Império. É esperado que operação tenha início no final de 2023.

 

Volume de passageiros nos autocarros está em crescimento

De acordo com um comunicado consultado pelo site da Câmara, a STCP registou 4,7 milhões de passageiros no mês passado, o que corresponde a 77% do número total de utilizadores de autocarros e elétricos em janeiro de 2019. A empresa sublinha que se “tem vindo a registar um aumento gradual no número de passageiros diários, em modo autocarro, aos dias úteis”, retomando o crescimento que a STCP verificou em 2019, ano em que bateu recordes de afluência.

Após um ano negativo marcado pelo surgimento da pandemia, 2021 foi um ano de recuperação para a STCP. A empresa transportou 51 milhões de passageiros no último ano, um aumento de 1,8 milhões face aos registos de 2020. O valor representa 66% do número de passageiros de 2019, o último ano antes da pandemia. Num comunicado acedido pela agência Lusa, onde constam os resultados provisórios da empresa no passado ano, a STCP revela que a procura pelos transportes públicos aumentou 3,6%.

Por sua vez, o carro elétrico ainda sofre com os efeitos da situação pandémica, não obstante o aumento do número de utilizadores em relação a 2020. Foram 250 mil os passageiros que optaram por este modo de transporte em 2021, enquanto que no ano anterior registou-se um total de 242 mil passageiros. Nos dois anos, o volume total representou 34% da afluência registada em 2019 (738 mil passageiros). A “grande quebra do turismo” e a suspensão da operação em “mais de 80 dias em cada ano [2020 e 2021] devido à pandemia” contribuíram para a diferença verificada.

Além da recuperação, 2021 também marcou um momento de mudança para a STCP. A empresa passou a ter uma administração intermunicipal, composta pelos seis municípios onde opera: Porto, Matosinhos, Maia, Valongo, Gondomar e Gaia.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha