Raisa Puzina, residente na Crimeia, região situada no sul da Ucrânia, que foi anexada pela Rússia em 2014, dá conta de uma situação de relativa normalidade no local onde vive. As escolas foram fechadas por precaução no dia de hoje. "Se nem os europeus nem os americanos se envolverem, então, caberá à Rússia decidir qual é o resultado" do conflito, considera.

Raisa Puzina vive na Crimeia. Foto: D.R.

Face ao ataque russo desta quinta-feira, a Crimeia encontra-se estável. No território, que foi anexado pela Rússia em 2014, os telemóveis e televisões estão a funcionar e a vida segue “quase normal”, diz Raisa Puzina, residente da Crimeia, em entrevista ao JPN.

Todavia, apesar da ausência de ações militares na região, Raisa informa que foi decretado o encerramento das escolas por um dia, com medo de um possível ataque. “É claro que eles [Rússia] não vão deixar a Crimeia em paz, ela faz parte dos planos russos… Eles estão sempre a lutar pela manutenção do controle da Crimeia. Ela não vai sair dos pensamentos deles”, declara a moradora.

Raisa diz ainda que os vizinhos ucranianos estão “aterrorizados” e, enquanto uns decidem tentar a sorte ao sair, outros preferem esperar “pacientemente e silenciosamente” em casa. “Poucos ucranianos estão a fazer contacto com o exterior. As pessoas arriscam falar umas com as outras, todos estão estáticos. Ninguém quer incomodar ninguém”, afirma Raisa.

Sobre a resolução da guerra, Raisa acredita que “se nem os europeus nem os americanos se envolverem, então, caberá à Rússia decidir qual é o resultado. Mas até agora os ucranianos não desistiram, eles estão a preparar-se para a guerra”.

Artigo editado por Filipa Silva