O protesto decorreu este domingo, 27 de fevereiro, em frente ao Consulado da Rússia. O evento foi organizado nas redes sociais e contou com o apoio de vários partidos políticos nacionais.

“Pela paz, contra a invasão”. Foi este o mote que levou cerca de duas mil pessoas a manifestarem-se em frente ao Consulado da Rússia, este domingo (27), na Avenida da Boavista, em solidariedade com o povo ucraniano.

A partir das 15h00, ucranianos e portugueses uniram-se num protesto em que a palavra de ordem foi inequívoca: “paz”. As varandas do prédio oposto ao edifício da embaixada, permitiram a vários membros da comunidade ucraniana discursarem perante a multidão. Estes púlpitos improvisados serviram para a difusão de informações sobre os locais onde poderiam ser doados bens, anúncios da situação na Ucrânia, relatos pessoais.

Mesmo ao longe, a urgência do protesto e a união dos manifestantes não passou despercebida. As vozes entoavam palavras de ordem em idiomas distintos. As mensagens nos cartazes desenhavam-se em alfabetos diferentes. De mão ao peito, ouviram-se dois hinos nacionais: o ucraniano e o português. Durante as horas pelas quais a manifestação se desenrolou, o desejo pelo “fim da guerra” sobrepôs-se às diferenças culturais ou às distâncias geográficas.

Entre som das centenas de vozes, sob o céu azul, uma ruidosa granada de fumo amarelo de um manifestante improvisou uma bandeira ucraniana no ar. Passado o susto com o barulho, não sobravam as dúvidas: ainda que as centenas de pessoas estivessem, inequivocamente ali, os seus corações estavam a vários milhares de distância, na Ucrânia.

A manifestação não autorizada – mas permitida pela polícia – foi apoiada por partidos políticos de todo o espectro político nacional – do Bloco de Esquerda ao Iniciativa Liberal – e levou ao corte do trânsito na maior avenida portuense.

Também se registaram manifestações pacíficas de solidariedade com a Ucrânia em Lisboa, na Praça do Comércio, em Albufeira, na Câmara Municipal e em Faro, em frente ao Mercado Municipal, e em outras regiões do país.

Artigo editado por Filipa Silva