A ViaPorto e o Sindicato Nacional dos Maquinistas dos Caminhos de Ferro Portugueses (SMAQ) chegaram na última sexta-feira (4 de março) a acordo, depois de meses de impasse nas negociações. Com a mediação da Metro do Porto, todas as partes concordaram num conjunto de pontos que “garante paz social, foco nos clientes e na abertura das novas linhas ao longo dos próximos quatro anos”.

Num comunicado divulgado esta segunda-feira (7 de março) pela concessionária, o SMAQ avança que o acordo dá resposta às principais exigências dos trabalhadores que representa, com “ganhos remuneratórios, valorização da profissão e melhoria das condições de trabalho”. Para o sindicato, as novas medidas revelam-se “mais benéficas para a saúde dos trabalhadores”, considera o presidente António Domingues em declarações ao JPN.

Para além da melhoria nas condições de trabalho prevista já para este ano, o acordo abrange ainda a matéria da regulação de turnos para contratos de subconcessão posteriores a 2025. Permite também direcionar mais o foco para “as prioridades do Metro do Porto”, entre as quais estão “a qualidade do serviço ao cliente, a retoma da procura e a preparação  da abertura da nova Linha Rosa e da extensão da Linha Amarela”.

No comunicado hoje partilhado, o Sindicato dos Maquinistas expressa a sua satisfação com o acordo, que considera como “altamente positivo”. “É um acordo alargado que estabelece uma atmosfera de estabilidade e paz social até ao fim da atual concessão e transmite para a próxima um conjunto de garantias há muito perseguidas pelos trabalhadores”, finaliza.

Dessa forma, o sindicato dos maquinistas garante, que da sua parte, “a paz social estará assegurada até 2025”, quando termina o período da atual subconcessão. Ao JPN, o presidente do SMAQ assegura que “o acordo está firmado e fechado”, descartando “qualquer retrocesso” que possa pôr em causa a estabilidade resultante.

A ViaPorto partilha da mesma opinião, assinalando em comunicado “quer os termos dos acordos alcançados, quer o período da sua vigência”. Para a subconcessionária do sistema de metro ligeiro da Área Metropolitana do Porto (AMP), o acordo, que vem no seguimento de um conjunto de “entendimentos já alcançados com outros sindicatos”, constitui “um significativo contributo para a estabilidade do serviço prestado”.

Já na perspetiva de Tiago Braga, presidente da Metro do Porto, o sucesso das negociações permite aos diferentes intervenientes estar “mais bem preparados para vencer os desafios do médio e longo prazo”. A concessionária vê a “paz social” alcançada como “decisiva para manter e reforçar a qualidade global do serviço”.

A concretização do acordo põe fim a um período conturbado, que incluiu três greves só no ano passado. No que toca à recuperação pós-pandémica, a Metro do Porto conta voltar aos valores pré-pandemia no número de passageiros e nas contas da empresa já no próximo ano.

Artigo editado por Tiago Serra Cunha